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Parlamento alemão aprova adesão de Finlândia e Suécia à Otan

8 de julho de 2022

Iniciativa teve o aval de ampla maioria dos parlamentares. Entrada dos dois países nórdicos só poderá ocorrer após ratificação dos 30 membros da aliança militar ocidental.

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Bandeirinhas da Finlândia e da Suécia sobre a bandeira da Otan
Adesão de Suécia e Finlândia à Otan já foi ratificada por Alemanha, Canadá, Estônia, Noruega, Dinamarca e IslândiaFoto: Sascha Steinach/IMAGO

O Parlamento alemão (Bundestag) aprovou nesta sexta-feira (08/07), por ampla maioria, a adesão da Finlândia e da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

A decisão recebeu apoio dos partidos da coalizão governamental, formada por verdes, sociais-democratas e liberais, do bloco conservador – a maior bancada da oposição – e até da maior parte dos deputados do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD). Apenas os membros da legenda A Esquerda se opuseram à ratificação.

Tanto a Finlândia como a Suécia recusaram-se por décadas a se candidatar à Otan. No entanto, a invasão russa da Ucrânia neste ano fez com que ambos mudassem de posição. A maioria da população das duas nações apoia a adesão à aliança militar ocidental.

Em discurso no plenário do Bundestag, a ministra alemã da Defesa, Christine Lambrecht, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, até agora conseguiu exatamente o oposto do que ele realmente queria com sua guerra de agressão contra a Ucrânia. "O Ocidente, que ele tanto despreza, está ficando mais forte, não mais fraco", disse.

Os embaixadores dos 30 estados da aliança assinaram na terça-feira os chamados protocolos de adesão na sede da Otan em Bruxelas, na presença dos ministros do Exterior dos dois países nórdicos.

Até agora, Canadá, Estônia, Noruega, Dinamarca e Islândia também ratificaram a adesão.

Aval turco ainda é incerto

A aprovação da Turquia ainda é incerta, mesmo após o acordo alcançado com Suécia e Finlândia.

Ancara ameaçou bloquear a adesão e até atrasou o processo de ratificação, acusando a Finlândia e a Suécia de apoiar o que considera serem organizações terroristas, incluindo o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a milícia curda YPG, ativa no norte da Síria, e o movimento Gülen.

O PKK é considerado uma organização terrorista também por Estados Unidos, União Europeia e Canadá, mas os outros dois grupos não o são.

Turquia, Finlândia e Suécia chegaram a um acordo que, segundo a Turquia, prevê que Ancara apoiará as candidaturas se os países extraditarem dezenas de pessoas consideradas "terroristas". Ancara insiste que bloqueará a adesão se o acordo não for cumprido.

A Finlândia e a Suécia pediram adesão à Otan temendo que as ambições territoriais do Kremlin pudessem se estender por toda a região do Báltico. A Finlândia, em particular, compartilha uma fronteira de 1.300 quilômetros com a Federação Russa e lutou contra a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, perdendo território após o conflito.

md/bl (DPA, AFP)