Parlamentares visitam iniciativas verdes na Alemanha
8 de junho de 2019Um grupo de oito parlamentares brasileiros visitou a Alemanha nesta semana para conhecer iniciativas verdes e políticas ambientais e climáticas desenvolvidas pelo país europeu, que tem investido pesado em energia renovável e está fazendo esforços para cumprir o Acordo de Paris, que visa conter o aquecimento global.
O grupo foi formado parlamentares de vários partidos. Participaram da viagem os senadores Fabiano Contarato (REDE-ES) e Soraya Thronicke (PSL-MS), além dos deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP), Marília Arraes (PT -PE), Paulo Ganime (NOVO-RJ), Beto Pereira (PSDB-MS), Raul Henry (MDB-PE) e Arnaldo Jardim (CIDADANIAS-SP).
No decorrer da semana, os brasileiros participaram de conversas com parlamentares alemães, tiveram reuniões em ministérios e visitaram institutos de pesquisa, think tanks, iniciativas sustentáveis e empresas especializadas na área ambiental.
A DW Brasil acompanhou o grupo numa visita a uma central de armazenamento de energia na cidade de Schwerin, no norte da Alemanha. O local funciona a base de milhares de baterias de lítio e é fundamental para armazenar a eletricidade gerada pelas fontes de energia renováveis.
Um negócio em alta na Alemanha, uma vez que o país tem metas ambiciosas para a mudança da matriz energética. Até 2022, o governo pretende fechar todas as usinas nucleares e até 2050 produzir 80% da energia a partir de fontes renováveis, como a eólica e solar.
Durante muitos dos compromissos, o grupo de deputados ouviu de especialistas e da imprensa local perguntas e preocupações sobre a situação do meio ambiente no Brasil e sobre o futuro do Fundo Amazônia.
Em meados de maio, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que havia "indícios de irregularidades" em projetos do fundo. O governo deseja mudar as regras do Fundo Amazônia para a aplicação dos recursos, permitindo que o dinheiro possa ser usado para pagar indenizações a proprietários rurais, o que atualmente é vetado.
Criado em 2008 para financiar projetos que combatem o desmatamento na Amazônia Legal, o fundo de 3,4 bilhões de reais é financiado pela Noruega e Alemanha. A mudança nas regras está sendo discutida entre os países, no entanto, o futuro do fundo é incerto.
A deputada federal de oposição Tabata Amaral defendeu o Fundo Amazônia e afirmou que ele movimenta trabalhos importantes e os recursos são auditados.
"É importante sermos sinceros e falar dos riscos que existem, mas também falar do Fundo Amazônia, falar da importância da pressão de governos como o alemão sobre o que tá acontecendo no Brasil, para que não termos nenhum retrocesso", ressaltou Tabata.
Já a senadora governista Soraya Tronicke afirmou que há muita falta de informação sobre o que acontece no Brasil. "Tudo é má informação, está tudo baseado nisso, então passei para o ministro [Salles] e para o Ministério da Agricultura que precisamos intensificar a informação correta", disse. "Nós estamos fazendo um belo trabalho e o mundo não sabe", acrescentou.
Organizada pela Embaixada alemã no Brasil, a missão chamada "A proteção do clima e o papel do Parlamento" ocorreu entre os dias 2 e 7 de junho. Os custos da viagem foram pagos pelo governo da Alemanha. Segundo Daniela Dierker, do Ministério alemão do Exterior, a visita é positiva para os dois lados.
"Para os alemães é uma chance de mostrar o quão amplo é o espectro partidário brasileiro, o que é bem diferente da Alemanha. Por outro lado, é uma oportunidade para os brasileiros de trocar opiniões, comparar ideias e simplesmente dialogar", afirmou Dierker, que acompanhou o grupo na programação.
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