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Paris quer retirar tropas do Mali a partir de março

6 de fevereiro de 2013

Plano é diminuir contingente aos poucos e passar segurança do país para as mãos das tropas africanas. Fora dos centros urbanos, avanço dos soldados franceses encontra resistência de rebeldes islamistas.

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Foto: picture-alliance/dpa

Paris pretende começar já em março retirada dos primeiros soldados do Mali, afirmou nesta quarta-feira (06/02) o presidente da França, François Hollande. A medida dependerá, entretanto, de um maior reforço das tropas dos outros países africanos.

Os soldados franceses no Mali têm encontrado cada vez mais resistência. Extremistas islâmicos atacaram com um lança-granadas uma unidade francesa perto da cidade de Gao, no norte do país da África Ocidental, conforme relatou o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, em entrevista à rádio Europe-1. Gao está sob controle das tropas francesas desde o final de janeiro. "Esta é mesmo uma guerra", disse Le Drian. "Assim que saímos do centro das cidades que retomamos, encontramos jihadistas."

Le Drian confirmou que os primeiros dos 4 mil soldados franceses presentes no Mali devem retornar a seu país dentro de algumas semanas. Ele explicou que a retirada paulatina será possível com o progressivo envio de tropas de apoio de outros países africanos.

Africanos devem garantir segurança

Mali Geberkonferenz in Addis Abeba 29.01.2013
Laurent Fabius confirma retirada dos primeiros soldados franceses do Mali nas próximas semanasFoto: Simon Maina/AFP/Getty Images

O ministro francês do Exterior, Laurent Fabius, confirmou a previsão do governo francês para a retirada das tropas: "Os africanos e malineses devem garantir, eles mesmos, a segurança, a integridade territorial e a soberania do país", ressaltou.

A força aérea francesa continuou durante a noite seus bombardeios contra supostos depósitos de armas dos rebeldes. Soldados malineses encontraram em Gao nesta quarta-feira um depósito secreto de explosivos, que estavam escondidos em sacos de arroz. Acredita-se que os explosivos eram destinados à produção de minas terrestres. Recentemente, quatro soldados do Mali foram mortos pela explosão de uma dessas minas.

A operação conjunta entre tropas francesas e malinesas para combater insugentes islamistas no norte do país começou no dia 11 de janeiro. Desde então, foram retomadas as cidades de Timbuktu e Gao, controladas por jihadistas durante meses. Na cidade de Kidal, no nordeste do Mali, soldados franceses conseguiram recuperar o controle de um aeroporto estrategicamente importante, enquanto a própria cidade é protegida por cerca de 1.800 soldados do Chade, de acordo com o governo francês. Uma força militar africana autorizada pelas Nações Unidas deve assumir futuramente o comando da missão no país.

Mali/ Malische Soldaten auf einem LKW
Tropas africanas devem assumir comando no país da África Ocidental com autorização da ONUFoto: Reuters

Cooperação internacional

Em relação a uma possível ajuda de parceiros internacionais, Le Drian voltou a afirmar que não há fundos suficientes para reabastecer os caças franceses por ar. Ele disse ainda que faltam aviões não tripulados de reconhecimento, os chamados drones. Já o ministro do Exterior disse estar satisfeito com o suporte para a missão, tanto nacional como internacional.

Recentemente, a Alemanha havia prometido aumentar significativamente a ajuda militar no Mali. Além de aviões-tanque, de transporte e instrutores militares, agora também devem ser enviados à África 40 paramédicos.

O número de soldados alemães deverá, com isso, aumentar para mais de 150. Entre eles, estarão, segundo um acordo obtido na terça-feira, um grupo de 40 especialistas militares que vão participar de uma missão de treinamento da União Europeia. A participação de militares alemães em operações de combate continua fora de questão.

MD/ap/dpa
Revisão: Francis França