Para conter inflação, BCE anuncia alta recorde nos juros
9 de setembro de 2022O Banco Central Europeu (BCE) aumentou suas taxas básicas de juros em 0,75 ponto percentual nesta quinta-feira (08/09) – a maior alta de sua história –, priorizando a luta contra a inflação na zona do euro.
Após uma alta em julho, a primeira em mais de uma década, o BCE agora elevou a taxa básica de depósito de 0% para 0,75% e a de refinanciamento de 0,50 para 1,25% – os níveis mais altos desde 2011. Novas altas estão previstas para outubro e dezembro.
O BCE normalmente aumenta as taxas em 0,25 ponto percentual e nunca havia feito um aumento de 0,75 ponto percentual desde o lançamento do euro, em 1999.
A política visa garantir um retorno da inflação à meta de médio prazo de 2% estabelecida pelo BCE, segundo afirmou o banco, em comunicado. Com a alta recorde da taxa de juros, aumenta o custo do crédito para consumidores, governos e empresas, o que, em teoria, desacelera os gastos e investimentos e esfria os preços ao reduzir a demanda por mercadorias.
O BCE disse que mais altas da taxa de juros são esperadas porque a "inflação pode aumentar mais no curto prazo". Em julho deste ano, a inflação anual da zona do euro alcançou o recorde de 8,9%.
O Banco também reconhece "uma desaceleração substancial do crescimento da zona do euro", e que se espera "uma estagnação da economia durante os últimos meses do ano e no primeiro trimestre de 2023".
A guerra na Ucrânia alimentou a inflação na Europa, com a Rússia reduzindo drasticamente o fornecimento de gás natural usado para aquecer casas, gerar eletricidade e mover fábricas, o que fez os preços do gás explodirem.
Economistas dizem que o aumento da taxa de juros do BCE poderia aprofundar a recessão europeia prevista para o final deste ano e o início de 2023, causada pela elevada inflação.
O BCE aumentou mais uma vez suas projeções de inflação, prevendo 5,5% para 2023 e 2,3% para 2024.
lf/md (Efe, Reuters, AP)