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ReligiãoVaticano

Papa Francisco faz apelo pela paz em mensagem de Páscoa

31 de março de 2024

"A paz nunca é construída com armas, mas estendendo nossas mãos e abrindo nossos corações", disse o papa na missa de Domingo de Páscoa. Pontífice pediu cessar-fogo em Gaza e troca de prisioneiros entre Rússia e Ucrânia.

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O papa Fransico na celebração do domingo de Páscoa de 2024
O papa Fransico na celebração do domingo de PáscoaFoto: Yara Nardi/REUTERS

O papa Francisco fez neste domingo (31/03) um apelo à paz e pediu para que "não nos rendamos à lógica das armas" após celebrar a missa de Páscoa no Vaticano.

"Não permitamos que as hostilidades em andamento continuem a afetar seriamente a população civil, já exausta, especialmente as crianças. Quanto sofrimento vemos nos seus olhos. Com o seu olhar nos perguntam: Por quê? Por que tanta morte? Por que tanta destruição?" afirmou o pontífice durante a bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo). 

O argentino, de 87 anos, mencionou ainda os diversos conflitos que afetam o mundo. "Meu pensamento se dirige, sobretudo, às vítimas dos muitos conflitos em andamento no mundo, começando pelos que ocorrem em Israel, na Palestina e na Ucrânia", disse, reiterando seu pedido de libertação dos reféns israelenses em poder do grupo Hamas e de um cessar-fogo imediato na Faixa Gaza.

"Não permitamos que as hostilidades em curso continuem a afetar gravemente a já exausta população civil, e especialmente as crianças. Quanto sofrimento vemos nos seus olhos", lamentou o papa.

O papa também pediu uma "troca geral de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia", dois países em guerra desde fevereiro de 2022, quando o regime de Vladimir Putin invadiu a nação vizinha.

O Vaticano já mediou uma troca de prisioneiros russos e ucranianos nos primeiros meses do conflito, mas a missão diplomática da Santa Sé posteriormente estagnou. Em mensagens de Páscoa em 2022 e 2023, o papa também fez apelos semelhantes.

"A guerra é sempre um absurdo e uma derrota! Não permitamos que ventos de guerra cada vez mais fortes soprem sobre a Europa e o Mediterrâneo. Não nos rendamos à lógica das armas e do rearmamento", completou Francisco na basílica de São Pedro.

Francisco pediu também que não se esqueça da Síria, que sofre com uma guerra civil há mais de dez anos, ou o Líbano, que há muito é afetado por uma profunda crise econômica e social, agora agravada pelas hostilidades na fronteira com Israel, e defendeu a continuação de negociações entre a Armênia e o Azerbaijão. "A paz nunca é construída com armas, mas estendendo nossas mãos e abrindo nossos corações", ", completou.

Poucos minutos antes, Francisco acenou e abençoou os quase 60.000 fiéis presentes na Praça de São Pedro. O líder da Igreja Católica seguiu de cadeira de rodas até o altar.

A praça de São Pedro durante a leitura da mensagem de Francisco
A praça de São Pedro durante a leitura da mensagem de FranciscoFoto: Marco Iacobucci/ipa-agency/picture alliance

Saúde do papa

Na sexta-feira, o pontífice havia cancelado abruptamente sua participação na tradicional Via Crucis no Coliseu, o que provocou especulações sobre seu estado de saúde.

O Vaticano disse que a decisão foi tomada "para preservar sua saúde antes da Vigília Pascal" do sábado da Semana Santa e da "missa do Domingo de Páscoa".

O cancelamento de última hora, quando a cadeira papal já estava posicionada no Coliseu, e o comunicado lacônico do Vaticano contribuíram para atiçar as preocupações sobre a saúde frágil de Jorge Bergoglio.

A Semana Santa, um dos pilares do calendário litúrgico católico, contempla uma série de cerimônias que terminam com o Domingo de Páscoa e pode ser comparada a uma maratona para um octogenário que utiliza uma cadeira de rodas há dois anos.

Nos últimos dias, Francisco cumpriu seus compromissos e presidiu a celebração da Paixão de Cristo durante quase duas horas, na tarde de sexta-feira, antes de cancelar sua presença na Via Crucis.

Apesar de se submeter a uma cirurgia abdominal importante em 2023, Francisco, que nunca tira férias, segue com um ritmo de trabalho intenso no Vaticano, onde pode receber dezenas de interlocutores em apenas uma manhã.

jps (AFP, Reuters, EFE)