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Papa cria tribunal para investigar casos de pedofilia

10 de junho de 2015

Corte focará em bispos acusados de acobertar denúncias de abuso sexual, terá jurisdição global e, subordinada à Congregação para a Doutrina da Fé, poderá assessorar promotores públicos em processos criminais.

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Symbolbild Katholische Kirche
Foto: imago/Christian Ohde

O papa Francisco aprovou a criação no Vaticano de uma nova seção judiciária para casos de pedofilia dentro da Igreja Católica. Seu alvo específico são os bispos acusados de acobertar denúncias de abuso sexual por parte do clero, cometendo assim o crime que passa a ser definido como "abuso do ofício episcopal".

Com a decisão, o sumo pontífice atendeu a uma sugestão da Comissão de Proteção Infantil do Vaticano, após anos de pressão de associações de vítimas. A nova instância judiciária, subordinada à Congregação para a Doutrina da Fé, terá jurisdição global e poderá assessorar promotores públicos em processos criminais.

Especialmente durante o papado de Bento 16, o antecessor de Francisco, a Igreja Católica foi abalada por uma série internacional de escândalos, envolvendo décadas de abuso sexual de menores de idade por sacerdotes. Em janeiro de 2014, o Comitê dos Direitos da Criança da ONU acusou a Santa Sé de encobrir "consistentemente" esse tipo de crime. Mais tarde o Comitê contra a Tortura a acusou de desobedecer ao direito internacional.

Desde que foi eleito, em 2013, o pontífice argentino tem investido ativamente contra irregularidades relacionadas à pedofilia. Em abril ele aceitou a renúncia de um bispo americano que deixara de relatar sobre um presumível pedófilo.

O caso mais recente de possível acobertamento de abusos envolve o cardeal George Pell, chefe do departamento de economia da Santa Sé. O estopim do escândalo foram as denúncias do australiano David Ridsdale.

Ele declarou ter sido molestado sexualmente aos 11 anos de idade por seu tio, o padre Gerald Francis Ridsdale, que, por sua vez, teria abusado de pelo menos 50 outros meninos ao longo de décadas, antes de ser detido, em 1993, e condenado a 24 anos de prisão.

Também em 1993, David Ridsdale se confiou a George Pell, que lhe perguntou quanto dinheiro queria para guardar as acusações para si. Além disso, ele teria possibilitado a transferência do padre Gerald de uma paróquia para outra. O cardeal australiano, que assumiu há pouco mais de um ano a chefia do novo departamento financeiro do Vaticano, nega todas as imputações.

AV/afp/rtr/epd/dpa

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