Pantanal em chamas
Estiagem prolongada e mudanças climáticas contribuíram para que temporada de incêndios começasse mais cedo neste ano no bioma.
"O Pantanal está acabando"
Divino Bispo Santiago, capataz de campo de 55 anos, trabalha ao lado de bombeiros e brigadistas para conter as chamas na área da fazenda São Bento. Após quatro meses de estiagem intensa, áreas que antes permaneciam alagadas estão secas e mais suscetíveis ao fogo que destrói o bioma. "O Pantanal está acabando. O Pantanal bonito e cheio de bichos já acabou," lamenta ele.
Anos de seca
Trabalhador prepara ferramentas que serão usadas no combate aos incêndios em uma área alagadiça do Pantanal. O bioma vem enfrentando cinco anos de secas que expuseram regiões antes alagadas e altamente inflamáveis.
Equipes reforçadas
Bombeiro da Força Nacional de Segurança inspeciona região onde o fogo foi controlado próximo ao Rio Paraguai, no Pantanal. Ao todo 80 agentes da Força Nacional reforçam o trabalho dos mais de 200 brigadistas do PrevFogo e 92 bombeiros do Mato Grosso do Sul em ação há mais de uma semana.
Combate pelo ar
O combate aos mais de 3.000 focos de incêndio no Pantanal foi reforçado pela atuação de dois aviões Air Tractor do PrevFogo, que lançam até 3.000 litros de água a cada sobrevoo. A operação conta ainda com o cargueiro KC-390 Millennium, da Força Aérea Brasileira (FAB), que possui capacidade para 12.000 litros de água a cada sobrevoo.
Pior ainda por vir?
Viatura da Força Nacional de Segurança passa por estrada margeada por áreas carbonizadas pelos incêndios florestais que há mais de um mês arrasam o Pantanal sul-mato-grossense. Dados da UFRJ apontam que 5% do bioma já foram queimados, enquanto especialistas aguardam com apreensão o período mais crítico, que começa em agosto.
Trabalho de prevenção
Brigadistas do PrevFogo encaram a mata fechada na região do Paiaguás, área mais plana e alagadiça de todo o bioma. Além do combate ao fogo, é feito o trabalho de prevenção, com abertura de aceiros na tentativa de impedir que as chamas avancem sobre regiões ainda intactas.
Envio de apoio
Com a dificuldade no deslocamento de tropas e materiais por terra para cobrir longas distâncias de vegetação fechada, o PrevFogo utiliza dois helicópteros que passam o dia sobrevoando entre Corumbá e os pontos de atuação.
Mais recursos
Agente da Força Nacional de Segurança atua no combate às chamas no Pantanal, que queima intensamente desde o fim de maio. Cerca de R$ 3 milhões serão custeados pelo Fundo Nacional de Segurança Pública para o pagamento de diárias aos agentes até o final de agosto.
Grande devastação
O fazendeiro e analista de mercados Carlos Davalo tenta coordenar os esforços de empregados e vizinhos fazendeiros no controle às chamas em Nabilque, região sul do bioma. Nem mesmo o terreno aberto pelos trilhos da Ferrovia Noroeste contiveram o avanço do fogo que já queimou 5% do Pantanal.
Árvores em chamas
Área de palmeiras endêmicas do Pantanal, chamadas Carandás, queima fora de controle. Apesar da atuação de civis, militares e brigadistas, o mês de julho começou com 386 novos focos de incêndio nos sete primeiros dias, alertando para a situação dos próximos meses.
Investigação sobre as causas
Empregado de uma fazenda da região do Nabileque observa o tanque de água na traseira de um caminhão em meio ao combate às chamas em fazendas. Com quase a totalidade do território do Pantanal composto por fazendas privadas, as autoridades estimam que 85% dos incêndios começaram em áreas particulares.