Pandemia de gripe
13 de junho de 2009Após ter sido identificada pela primeira vez no México, em abril último, em pouco tempo a chamada gripe suína espalhou medo por todo o mundo. Na última quinta-feira (11/06), a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o alerta pandêmico para o nível máximo (6), o que caracteriza a doença como pandemia global.
Ao todo, por volta de 27 mil pessoas foram contaminadas mundialmente pelo vírus A (H1N1). Também na Alemanha é crescente o número de casos. No momento, o número de contaminações registradas no país é superior a 100. "O mundo está na fase inicial da primeira pandemia de gripe do século 21", afirmou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.
A pandemia relativa à gripe suína é a primeira deste século, mas não a primeira da história. Durante o século 20 e em séculos anteriores, houve sempre pandemias semelhantes.
Pandemias de gripe
Em 1968, a gripe de Hong Kong espalhou medo e terror pelo mundo, e fez um milhão de vítimas fatais. Em 1957, chegaram a morrer dois milhões de pessoas – principalmente idosos e crianças – vítimas da gripe asiática.
Já o caso da gripe espanhola foi bem particular. Não somente pelo grande número de mortes de pessoas jovens, mas também por ter provocado mais vítimas do que a peste medieval. O nome da gripe deveu-se ao fato de a mídia espanhola de ter sido a primeira a registrá-la.
O vírus, no entanto, surgiu nos Estados Unidos, onde em um campo de treinamento militar, em 1918, soldados foram infectados com o agente patogênico. Posteriormente, eles levaram o vírus para a França, de onde se espalhou para o resto da Europa e o mundo. O balanço foi triste. A gripe provocou, em apenas um ano, a morte de 20 a 50 milhões de pessoas.
Da mesma forma que nos dias atuais, o vírus de antigamente nasceu da mistura de vírus aviários, suínos e humanos. O sistema imunológico humano não reconhece o novo vírus. Por esse motivo, ele é perigoso não somente para idosos e enfermos, mas também para pessoas jovens e saudáveis.
Especialista prevê novas infecções
O diretor do Instituto de Doenças Infecciosas e Medicina Tropical da Universidade Ludwig Maximiliam de Munique, Thomas Löscher, explicou à Deutsche Welle que existiriam também outros motivos para o grande número de vítimas da gripe espanhola.
A gripe espanhola surgiu em um período onde parte do mundo estava em guerra e que, possivelmente, isso também contribuiu para o número elevado de mortes, já que muitos sofriam de fraqueza devido à desnutrição. Muitos especialistas são da opinião, explicou Löscher, que hoje o número de mortos não seria tão grande, pois naquela época, não havia medicamentos nem vacinas.
No caso do novo vírus proveniente do México, há indícios de que um tratamento é clinicamente eficaz, caso seja feito o quanto antes, já no primeiro dia da doença. Não existem, no entanto, dados confiáveis que evidenciem tal hipótese, explicou.
O especialista disse que medicamentos modernos podem, felizmente, evitar que o vírus da gripe suína provoque a morte de milhões de pessoas, como foi o caso da gripe espanhola. Löscher acredita, todavia, que muitas pessoas ainda serão infectadas pelo vírus A (H1N1).
Autor: Anne Kleinknecht
Revisão: Augusto Valente