1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Otan em Lisboa

19 de novembro de 2010

Governantes dos 28 países da aliança militar se reúnem por dois dias para aprovar sua nova estratégia, planejar o fim da operação internacional no Afeganistão e integrar a Rússia em sua política de defesa.

https://p.dw.com/p/QE0S
Secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, na abertura do encontro na capital portuguesaFoto: AP

Começou em Lisboa na tarde desta sexta-feira (19/11) a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No encontro de dois dias, os chefes de Estado e de governo dos 28 países-membros da aliança militar irão tomar decisões sobre a construção um sistema internacional de defesa antimíssil e sobre o processo de retirada das forças internacionais do Afeganistão.

NATO Gipfeltreffen in Lissabon
Oficiais militares pouco antes do início da cúpula na capital portuguesaFoto: AP

Pauta do encontro

Durante a tarde desta sexta-feira, os governantes reunidos em Lisboa se pronunciaram sobre a futura estratégia da aliança, que prevê novas estruturas de defesa contra problemas globais, como ameaças nucleares, sabotagens cibernéticas ou pirataria.

À noite, os chefes de Estado e de governo, os ministros do Exterior e os ministros da Defesa dos países-membros da Otan se reúnem separadamente para detalhar questões que ainda requeiram debate.

Neste sábado, a cúpula se dedicará sobretudo à transição militar no Afeganistão, onde a responsabilidade pela segurança nacional deverá ser transferida gradativamente para as forças locais de segurança até 2014.

No último dia do encontro, também se reúne o Conselho Otan-Rússia para definir uma nova forma de cooperação entre Moscou e o Ocidente. Nessa ocasião, o governo russo deverá dizer se aceita participar do escudo antimíssil internacional.

Ao se pronunciar perante o grêmio reunido em Lisboa nesta sexta, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, destacou a importância de cooperação com a Rússia. "Desejo que a Rússia seja integrada o máximo possível [nos planos de defesa antimíssil]", declarou a chefe de governo alemã.

Obama clama por vitalidade

Em seu discurso na capital portuguesa, o presidente norte-americano, Barack Obama, reafirmou a esperança de que a aliança militar seja revigorada.

"Estamos em Lisboa a fim de reavivar a Otan para o século 21 e fortalecer a parceria entre os Estados Unidos e a União Europeia", declarou o presidente dos EUA nesta sexta-feira, após seu encontro com o presidente português, Aníbal Cavaco Silva, e o premiê José Sócrates.

Para Obama, a atual cúpula representa uma oportunidade única de redefinir a abordagem e a visão da Otan em sua missão no Afeganistão.

NATO Generalsekretär Anders Fogh Rasmussen und USA Präsident Barak Obama in Lissabon NO FLASH
Anders Fogh Rasmussen e Barack ObamaFoto: picture-alliance/dpa

Rasmussen: risco cibernético é subestimado

Pouco antes do início do encontro, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, voltou a advertir que a ameaça de ataques cibernéticos ainda é subestimada entre os cidadãos. Hoje já se registram diariamente milhares de ataques contra sistemas bancários, controles aéreos, redes de dados governamentais e centrais de abastecimento de energia, advertiu.

Na visão de Rassmussen, a Otan deveria se proteger desse tipo de sabotagem da mesma forma como se defende da ameaça de mísseis inimigos. Afinal, a defesa antimíssil e a proteção contra ataque cibernéticos representariam problemas transnacionais, a serem solucionados por meio de uma cooperação entre todos os países.

Alemanha e França convergem

A disputa franco-alemã sobre o desarmamento nuclear parece ter sido superada antes do início da cúpula de Lisboa. Segundo informações de delegações diplomáticas, Berlim e Paris tendem a convergir, de modo que nada mais deporia contra a aprovação do projeto de defesa antimíssil da Otan.

A Alemanha conta com resistência da França e dos EUA em sua exigência de que a construção de um escudo antimíssil deva ser vinculada a medidas de desarmamento nuclear.

Berlim defende que um sistema de defesa internacional reduziria a importância dos arsenais atômicos nacionais. Paris, por sua vez, considera o escudo antimíssil e as armas atômicas complementares.

Segundo diplomatas, ambos os lados cederam. A França conseguiu que sejam eliminadas da declaração final do encontro as passagens que vinculam o projeto de defesa antimíssil ao desarmamento nuclear.

A Alemanha, por sua vez, teria conseguido convencer os demais participantes que o documento inclua uma passagem sobre possibilidades de desarmamento. Na sexta à noite, a delegação governamental alemã ainda não confirmara oficialmente essas informações, sinalizando apenas que as coisas estão "andando bem".

SL/dpa/afp/dapd
Revisão: Roselaine Wandscheer

Pular a seção Mais sobre este assunto

Mais sobre este assunto

Mostrar mais conteúdo