Os presidentes dos EUA que omitiram problemas de saúde
11 de julho de 2024As especulações sobre a saúde do presidente dos EUA, Joe Biden, não param, desde seu desastroso desempenho no debate televisivo contra Trump. Muitos "especialistas" deram seus veredictos sobre a aptidão dele para um segundo mandato. Será que o presidente americano estaria escondendo demência? Não há como saber por meio de diagnóstico remoto.
Mas os presidentes e seus adversários não gostam de ser explícitos sobre sua saúde. Eles presumem, com ou sem razão, que o eleitorado quer líderes fortes e saudáveis. Por isso, costumam se manter calados. E isso pode gerar ainda mais especulações.
Ao fazerem uma revisão histórica, pesquisadores concluíram que [vários] presidentes esconderam suas enfermidades ou minimizaram a gravidade de suas doenças.
No que diz respeito a Biden, as últimas informações oficiais divulgadas sobre o estado de sua saúde são do início deste ano.
Joe Biden (no cargo desde 2021): Seu "atestado de saúde" oficial
Em fevereiro de 2024, a Casa Branca publicou o último atestado oficial de saúde de Biden. O texto afirmava que o presidente americano tinha sido ou estava sendo tratado pelo seguinte:
- Um carcinoma basocelular (removido)
- Apneia obstrutiva do sono
- Refluxo gastroesofágico
- Marcha rígida
Kevin C. O'Connor, médico oficial de Biden, escreveu que o presidente é um homem de 81 anos "saudável, ativo e robusto, que continua apto a executar com sucesso os deveres da Presidência" e que não houve nenhum achado envolvendo qualquer distúrbio neurológico.
Donald Trump (2017-2021): 'Covid? Que covid?
No segundo semestre de 2020, alega-se que, enquanto concorria à reeleição, Donald Trump esperou vários dias antes de revelar publicamente que havia testado positivo para covid-19.
A infecção de Trump por essa doença respiratória foi posteriormente confirmada por seu então chefe de gabinete, Mark Meadows. A infecção por covid combinada com hipóxia, que é falta de oxigênio no sangue.
John F. Kennedy (1961-1963): doenças crônicas secretas
John F. Kennedy foi diagnosticado com a doença de Addison na década de 1940 e sofria de dor crônica nas costas – resultado de um ferimento de guerra – mas geralmente só ouvimos falar de seu assassinato em Dallas, em 1963. O fato é que a doença de Addison também poderia tê-lo matado.
Kennedy negava rumores de que tinha a doença de Addison durante sua campanha eleitoral em 1960, apesar dos sintomas visíveis, inclusive a descoloração da pele.
A doença de Addison pode ser uma forma grave de deficiência hormonal, quando as glândulas suprarrenais não conseguem produzir quantidade suficiente de determinados hormônios, inclusive o cortisol. O cortisol, também conhecido como hormônio do estresse, é essencial para a vida. Se não for tratada, a doença de Addison é fatal.
Dwight Eisenhower (1953-1961): problemas cardíacos
O primeiro mandato de Eisenhower foi difícil. Ele teve um ataque cardíaco em 1955 e foi operado de obstrução intestinal menos de um ano depois.
O secretário de imprensa revelou que Eisenhower havia sofrido um evento cardíaco, mas reduziu sua gravidade ao descrevê-lo como uma trombose coronariana "leve". Ele então desenvolveu um aneurisma ventricular, uma fraqueza do coração, que pode ocorrer após um ataque cardíaco. Esse fato foi mantido em segredo para o público.
Mais tarde, depois de deixar o cargo, Eisenhower teve vários ataques cardíacos, um derrame e morreu de hipertensão e doença cardíaca.
Franklin D. Roosevelt (1933-1945): escondendo a poliomielite
Atingido pela poliomielite uma década antes de sua carreira presidencial, Franklin Roosevelt não conseguiu manter isso em segredo – pelo menos não totalmente. Ele usava aparelhos e muletas para poder ficar em pé no pódio durante os discursos. Mas a imagem de "FDR" em sua cadeira de rodas feita em casa e com um cachorro no colo é lendária.
No entanto, FDR escondeu uma doença cardíaca hipertensiva, insuficiência cardíaca e bronquite aguda.
Woodrow Wilson (1913-1921): um derrame após o outro
Diz-se que um derrame em 1919 deixou Woodrow Wilson não apenas fisicamente debilitado – ele ficou parcialmente paralisado – mas também emocionalmente debilitado pelo resto de sua vida. Na verdade, Wilson sofreu vários derrames, o que ele negou publicamente – o primeiro, em 1896, deixou uma fraqueza em sua mão direita. Outro afetou sua visão.
Ele também pode ter convivido com dislexia, que na época de Wilson era considerada uma deficiência, além de distúrbios psicossomáticos que não tinham explicação médica.
Theodore Roosevelt (1901-1909): a bala pode esperar
Theodore Roosevelt foi baleado em um comício, mas continuou a falar em público por 84 minutos antes de perceber que deveria procurar ajuda médica. Ele subestimou a gravidade do tiro ou decidiu manter o fato em segredo.
Acredita-se que a bala tenha sido desviada pelo discurso de 50 páginas de "Teddy" Roosevelt e pelo estojo de metal dos óculos antes de perfurar o lado direito de seu peito. A bala ficou alojada entre a quarta e a quinta costelas.
Grover Cleveland (1885-1889 e 1893-1897): cirurgia dentária para câncer
Quando Grover Cleveland desenvolveu uma lesão cancerígena na boca, ele decidiu fazer uma cirurgia a bordo de um iate secreto. O anestesista era um dentista que também removeu dois dentes durante a operação. Isso permitiu que a Casa Branca alegasse mais tarde que Cleveland havia feito um procedimento odontológico de emergência e nada mais.
Mas a operação prejudicou a fala de Cleveland e resultou em uma certa perda de audição. Mais tarde, foi dito que ele teve depressão e morreu de uma doença gastrointestinal complicada por uma doença cardíaca, que foi mantida em segredo até o fim.
Abraham Lincoln (1861-1865): um tiro tirou sua vida
Especulou-se que Abraham Lincoln tinha síndrome de Marfan, uma doença genética que afeta o coração, os olhos, o sangue e o esqueleto. A síndrome de Marfan pode ser fatal se afetar o coração.
As especulações nunca foram confirmadas. O mais próximo da verdade foi o fato de Lincoln ter sofrido depressão. Mas, no final, ele foi assassinado com um tiro.