Os canhotos da música
Eles são minoria e, no passado, encontravam dificuldades em orquestras e escolas. Dez grandes nomes mostram que tocar com a mão esquerda não impede o sucesso.
O revolucionário da guitarra
Mesmo que seu pai tenha tentado "livrá-lo do demônio", Jimi Hendrix resolveu tocar guitarra com a mão esquerda. Mas ele segurava o garfo e o lápis com a direita. O americano foi o primeiro a inverter as cordas de uma guitarra comum, adaptando-a para os canhotos. Em 1967, no Festival de Monterrey, o americano levou o público à loucura ao incendiar o instrumento no palco.
O mestre do heavy metal
Tony Iommi, guitarrista e líder do Black Sabbath, influenciou toda uma geração de metaleiros com seus riffs pesados e marcantes. Canhoto, o britânico por pouco não teve que abandonar o instrumento. Aos 17, ele perdeu as pontas dos dedos médio e anelar da mão esquerda num acidente de trabalho. A solução foi simples: Iommy fez duas capas de plástico para os dedos e continuou tocando.
O rebelde do grunge
O ídolo Kurt Cobain usava uma guitarra para destros com as cordas invertidas para tocar com a esquerda. O líder do Nirvana era o único canhoto da banda. Quando tocava bateria, ele ocasionalmente usava a mão direita. As famosas últimas linhas de sua carta de despedida também foram escritas com a direita: "Não sinto mais paixão [...] é melhor queimar do que se apagar aos poucos."
O primeiro beatle canhoto
costumava tocar o baixo do modelo Höfner 500 com a mão esquerda, assim como outros instrumentos de cordas. Bateria, porém, era sempre com a direita. Depois do fim dos Beatles, em 1970, o parceiro de composição de John Lennon seguiu com a banda Wings e com uma muito bem-sucedida carreira solo.
O segundo beatle canhoto
Ringo Starr também é canhoto. Porém, como Kurt Cobain e Paul McCartney, ele usa a mão direita para tocar bateria. O costume, porém, não é causado por limitações no instrumento: todo kit de bateria pode ser adaptado para canhotos – para isso, é só inverter as posições das peças.
O baterista-vocalista
Finalmente, um canhoto de verdade: Phil Collins come, escreve e toca a bateria com a mão esquerda. Isso significa que o londrino, que ficou famoso como integrante da banda de rock progressivo Genesis, ataca o contratempo e o bumbo com a mão esquerda – diferentemente, claro, dos destros. Na juventude, os Beatles eram os ídolos do londrino. Assim, ele se acostumou desde cedo com canhotos tocando.
O baterista tatuado
Nos anos 1990, os americanos do Blink-182 deram uma cara mais pop ao punk rock. Todo tatuado e canhoto, o baterista Travis Barker chama atenção nos palcos. A rebeldia de Barker, porém, vai além das tatuagens – o americano toca com um kit de bateria montado para destros.
A canhota inventiva
Elizabeth Cotten foi uma cantora e violonista de blues. Falecida em 1987, a americana fazia parte do pequeno grupo de canhotos que simplesmente invertem um violão para destros, sem alterar a ordem das cordas. A técnica foi batizada de "Cotten picking".
O ator genial e músico nas horas vagas
Nascido na Inglaterra, Charles Chaplin foi bem cedo para os Estados Unidos. Lá, surgiram seus primeiros curtas. Em "O Vagabundo" (1916), Chaplin aparece tocando um violino – com a mão esquerda. Além de ótimo ator, Chaplin também tocava, nas horas vagas, violino e violoncelo, sempre como canhoto. De acordo com colegas, ele aproveitava cada pausa nas gravações para praticar os instrumentos.
O maestro canhoto
Nascido em Buenos Aires, Daniel Barenboim teve aulas com grandes mestres do piano. Mais tarde, ele se formou maestro. O argentino fundou a Orquestra West-Eastern Divan, a única orquestra de Israel a contar com músicos palestinos e israelenses. Desde 1992, ele é diretor musical da Staatsoper Unter den Linden, de Berlim, a qual rege levando o bastão na mão esquerda.