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Opositor de Putin é assassinado a tiros em Moscou

28 de fevereiro de 2015

Ex-vice-primeiro-ministro Boris Nemtsov era um dos maiores críticos do presidente russo e um dos líderes oposição. Crime ocorre às vésperas de grande protesto contra o governo.

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Foto: AFP/Getty Images/A. Nemenov

O ex-vice-primeiro-ministro Boris Nemtsov, um das principais vozes de oposição ao presidente Vladimir Putin, foi morto alvejado por ao menos quatro tiros no centro de Moscou na noite desta sexta-feira (27/02).

"De acordo com informações preliminares, uma pessoa não identificada disparou contra Boris Nemtsov nada menos do que sete a oito vezes a partir de um carro enquanto ele caminhava na ponte Bolshoi Moskvoretsky", disse o porta-voz do Comitê de Investigação russo, Vladimir Markin.

O crime teria sido presenciado por várias testemunhas, entre elas uma mulher ucraniana que o acompanhava. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que Putin condenou o assassinato do líder opositor. Segundo ele, o presidente vai supervisionar pessoalmente a investigação.

Ainda de acordo com o porta-voz, Putin afirmou que a morte de Nemtsov parece ser um assassinato encomendado e classificou o crime como "brutal" e uma "grande provocação".

Nemtsov lançou carreira política como governador da região de Níjni Novgorod, na Rússia central, e se tornou vice-primeiro-ministro do país no final da década de 90, sob a presidência de Boris Ieltsin.

Ele e é considerado um dos arquitetos da reforma econômica liberal russa. Depois de deixar o Parlamento, em 2003, Nemtsov ajudou a criar e liderar diversos partidos e grupos de oposição.

"Desvastado por ouvir sobre o assassinato brutal do meu colega opositor de longa data Boris Nemtsov. Baleado quatro vezes, uma para cada filho que ele deixa", afirmou o ativista opositor e enxadrista Garry Kasparov.

Crítico ferrenho de Putin, Nemtsov era copresidente da coligação entre Partido Republicano da Rússia e Partido da Liberdade Popular (RPR-PARNAS). Por ter protestado nas ruas contra as prisões de opositores de Putin, ele próprio teve que passar alguns dias preso, há um ano.

No próximo domingo, Nemtsov participaria da primeira grande manifestação da oposição na capital russa em meses.

PV/afp/ap/rtr/dpa