Oposição vence eleições presidenciais na Coreia do Sul
10 de março de 2022O conservador Yoon Suk-yeol venceu uma das eleições presidenciais mais concorridas da história da Coreia do Sul.
Com mais de 98% dos votos apurados nesta quarta-feira (09/03), o ex-procurador-geral do país somava 48,6% contra 47,8% de seu rival, o ex-governador Lee Jae-myung.
As eleições se resumiram na disputa entre Yoon, do Partido da Força Popular, e Lee, do governista Partido Democrático. Os dois candidatos passaram meses trocando ataques e demonizando um ao outro, em uma das mais agressivas disputas políticas já vistas no país, que aumentou as já aprofundadas divisões políticas na Coreia do Sul.
O candidato derrotado congratulou seu adversário pela vitória no pleito, e pediu ao futuro presidente que "supere divisões e conflitos e dê início a uma nova era de unidade e harmonia".
Analistas observaram que nenhum dos candidatos apresentou uma proposta clara para lidar com a ameaça nuclear gerada pela Coreia do Norte, e que os eleitores não estão certos sobre como o novo governo pretende agir em meio à rivalidade entre a China e os Estados Unidos, assim como em relação ao aumento da desigualdade econômica e dos preços no mercado imobiliário.
Yoon afirmou que será rigoroso com as provocações norte-coreanas e buscará uma cooperação trilateral, com os Estados Unidos e o Japão.
A Constituição sul-coreana proíbe a reeleição, motivo pelo qual o atual presidente, Moon Jae-in, não pôde concorrer. Ele assumiu o cargo em 2017, após o escândalo de corrupção que derrubou o governo da conservadora Park Geun-hye, removida do cargo por um processo de impeachment.
Fracasso do processo de paz
A queda de Park foi um golpe duro para os conservadores, enquanto a popularidade de Moon chegou a atingir 83% no momento em que ele avançava a reaproximação com a Coreia do Norte.
Porém, o fracasso do processo de paz resultou em grandes prejuízos para seu governo. Sua campanha anticorrupção também foi bastante questionada, o que ajudou a impulsionar sua queda.
Yoon foi o procurador-geral do governo de Moon, mas renunciou ao cargo e se juntou à oposição no ano passado, em razão de disputas sobre investigações de corrupção contra aliados do presidente.
O novo presidente assumirá o cargo em maio, para um mandato de cinco anos à frente da 10ª maior economia do mundo.
rc (AP, Reuters)