Sorteio da Copa
5 de dezembro de 2009É, como sempre, um ritual. Quando treinadores da seleção alemã são confrontados com a questão da sorte que os acompanha nos sorteios dos grupos da Copa, desconversam, negam que o grupo seja fácil. "Os adversários são difíceis", "os jogos escondem certos riscos", são as respostas de praxe.
E, nesse ponto, o técnico Joachim Löw não é exceção. E porque seria? Ele só teria a perder se viesse a público e declarasse: "Não há nenhum problema, os adversários não vão trazer dor de cabeça alguma, já estou planejando as oitavas-de-final". Na mesma hora, ele seria acusado de arrogante, os adversários ganhariam motivação dupla, o perigo de passar por uma humilhação aumentaria. Löw não tem mesmo escolha. Ele está condenado a fazer o trabalho que todos esperam dele.
Quando se olha para o grupo dos brasileiros, é possível ver o que poderia ser o destino alemão. Os pentacampeões do mundo vão encarar Portugal, do craque Cristiano Ronaldo, e a Costa do Marfim, do não menos genial Didier Drogba. Dois ossos duros de roer, contra os quais os brasileiros não podem bobear. Em comparação, os alemães até que têm tarefas bastante modestas na primeira fase do torneio.
A Austrália pode até ter dominado seu grupo asiático de qualificação, mas os adversários de então se chamavam Japão, Bahrein, Catar e Uzbequistão. E também a Sérvia não é uma equipe muito poderosa. Nas qualificações, os sérvios conseguiram se classificar à frente da França, mas a equipe francesa tem sido nos últimos meses uma sombra do que já foi em tempos gloriosos. Gana conseguiu se impor diante de Benin, Mali e Sudão, que não formam exatamente a nata do futebol africano.
Mas Isso não quer dizer que o time de Löw pode subestimar seus adversários. Ele tem que levá-los a sério. Sobretudo as equipes de Sérvia e Gana possuem excelentes craques. Com um desempenho concentrado, como o do jogo de qualificação decisivo na Rússia, a seleção alemã deverá ter condições de vencer todas as outras três equipes do seu grupo.
Um empate contra Sérvia ou Gana não seria nenhuma catástrofe, já que os dois melhores times alcançam as oitavas-de-final. E quem viria depois? A Alemanha só vai encontrar as equipes tidas como favoritas, Brasil, Espanha e Itália, na semifinal. E isso é o que se pode chamar de uma tirada de sorte.
Autor: Stefan Nestler
Revisão: Carlos Albuquerque