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FutebolCatar

Opinião: Messi é o melhor de todos os tempos

Mark Meadows
Mark Meadows
19 de dezembro de 2022

O craque argentino merece ser chamado de o maior jogador de futebol de todos os tempos, não apenas pelos troféus, mas também pela maneira como joga, afirma o jornalista Mark Meadows.

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Messi festeja a conquista da Copa do Mundo do Catar com companheiros da Argentina
Messi levanta o troféu que lhe faltava, o da Copa do MundoFoto: Juan Luis Diaz/Agencia MexSport/IMAGO

Ele conseguiu. Finalmente. O último troféu que faltava para Lionel Messi está agora com ele, depois de a Argentina conquistar uma Copa do Mundo que parecia perdida no início no torneio.

Mais do que isso, Messi tem agora toda legitimidade para reivindicar para si o título de maior jogador de futebol de todos os tempos. Sim, a lenda brasileira Pelé venceu três Copas do Mundo e continua sendo o único homem a fazê-lo. Mas o futebol era muito diferente em 1958, 1962 e 1970.

Messi jogou numa época muito mais competitiva, com muito mais jogos e muito mais pressão. Ele brilhou durante sua carreira, levando o Barcelona a conquistar quatro vezes a Liga dos Campeões e a dez títulos espanhóis, assim como comandando a Argentina na Copa América do ano passado. Ele tem um recorde de sete Bolas de Ouro.

Pelé jogou quase toda sua carreira de clubes no Santos, antes de uma curta passagem pelo Cosmos, de Nova York. Messi provou que pode deixar sua zona de conforto, no Barcelona, e ajudar o Paris Saint-Germain a ser campeão francês na temporada passada.

Mágica nos pés

Mas não são só os troféus de Messi: é a maneira como ele joga que justifica que ele seja visto como o melhor agora que venceu a Copa do Mundo.

Milhões de crianças em todo o mundo amam o futebol em grande parte por causa de Messi, um homem pequeno, tímido com magia nos pés. O garoto de Rosário poderia ser qualquer um de seus fãs, apenas alguém que vive e respira futebol.

Muitos torcedores da Argentina aqui no Catar eram trabalhadores migrantes de lugares como Índia ou Bangladesh. Todos amam Messi, e a torcida da Argentina foi inchada por eles como nenhuma outra neste torneio.

Na final contra a França, Messi deu logo cedo o tom e o ritmo para um começo contagiante da Argentina, com passes precisos e dribles audaciosos que empolgaram seus companheiros.

Ele manteve a calma para converter o pênalti que abriu o placar e teve participação decisiva no maravilhoso segundo gol, de Angel di Maria – um dos mais belos gols coletivos já feitos em finais de Copa do Mundo.

A França, como que enfraquecida em campo por um vírus, não estava em lugar algum e conseguiu, de alguma maneira, empatar a partida com dois gols de Kylian Mbappé. Mas o herói argentino redescobriu sua força na prorrogação. Ele marcou um dos gols mais desengonçados de sua carreira, mas isso não deve importar para ele.

Messi também perdeu a Chuteira de Ouro da Copa porque Mbappé marcou de novo e levou a final para os pênaltis, mas mais uma vez, Messi não vai se importar com isso. Afinal, ele ganhou um prêmio individual como melhor jogador da Copa.

O que mais importa, depois da dor de perder na prorrogação para a Alemanha em 2014, é que ele agora é um campeão do mundo, e mesmo tendo perdido para a Arábia Saudita no primeiro jogo da Argentina na Copa.

Ele teve a coragem de ser o primeiro a bater o pênalti, e marcou. Bem diferente de Neymar, que estava escalado para ser o último e nem chegou a cobrar seu pênalti, pois a Croácia eliminou o Brasil antes disso, nas quartas de final.

Messi é também um modelo. Ele teve problemas com as autoridades fiscais da Espanha, mas, fora isso, não há escândalos associados a ele, que tem 35 anos.

Melhor que Maradona

E Messi se sai melhor na comparação com a outra lenda argentina, Diego Armando Maradona. Pode-se dizer que Maradona foi melhor em campo que Messi, se isso for mesmo possível, mas seu banimento por uso de drogas, sua fraude com a Mano de Dios e as acusações de envolvimento com o crime organizado na Itália significam que Maradona não pode ser apontado como o maior.

É verdade que a Argentina jamais teria vencido a Copa de 1986 sem Maradona, mas o mesmo pode ser dito de Messi em 2022.

A América do Sul teve de esperar 20 anos por um título, enquanto a Europa dominava. Messi ajudou a impedir que a França mantivesse o troféu conquistado em 2018.

Haverá aqueles que continuarão pensando que Cristiano Ronaldo é o maior. Mas na lista de títulos dele falta uma Copa do Mundo. E é preciso comparar a saída de Messi do Barcelona (graciosa, humilde, em lágrimas) com a saída de Cristiano Ronaldo do Manchester United, do Real Madrid e do Juventus (arrogante, pretensiosa, egoísta).

O triunfo na Copa do Mundo do Catar, no seu último jogo de Copa, colocou Messi no topo do Olimpo futebolístico.