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Opinião: Mais um mau sinal vindo da Casa Branca

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Michael Knigge
23 de março de 2018

Trump escolheu como conselheiro de segurança John Bolton, que é contra acordo com o Irã, apoiou a guerra do Iraque e defende ataque preventivo à Coreia do Norte, escreve Michael Knigge.

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John Bolton, novo assessor de Segurança Nacional de Donald Trump
John Bolton, novo assessor de Segurança Nacional de Donald Trump, Foto: picture-alliance/Zumapress/M. Brochstein

H. R. McMaster, um general de três estrelas altamente condecorado, durou mais de um ano na porta giratória que é a Casa Branca de Donald Trump. Essa é uma marca respeitável para qualquer um que trabalhe no círculo íntimo de Trump que não seja parente. O antecessor dele, Michael Flynn, outro ex-militar, durou menos de um mês na órbita de Trump e mais tarde se declarou culpado por mentir ao FBI sobre seus contatos com o governo russo, no âmbito das investigações do procurador especial Robert Mueller.

Mas, como aconteceu com o ex-secretário de Estado Rex Tillerson, que se despediu do Departamento de Estado na quarta-feira, a relação pessoal de McMaster com o presidente – o principal fator de sobrevivência na Casa Branca de Trump – teria estado no gelo há meses – se é que ela existia realmente.

O sério McMaster teria entrado em confronto com o pouco ortodoxo Trump não apenas em questão de estilo, mas também em matérias de como lidar com o Irã e a Rússia. McMaster argumentava contra a rejeição do acordo com o Irã e por uma linha dura contra a Rússia.

A observação do general na recente Conferência de Segurança de Munique de que a Rússia interferiu indubitavelmente na eleição presidencial dos EUA provocou uma repreensão pública de seu chefe através do Twitter e provavelmente marcou o início do fim de seu mandato.

A falta dele deverá ser sentida por muitos, incluindo legisladores americanos e diplomatas estrangeiros, que o consideravam um oficial confiável e um parceiro de conversação – embora ele claramente seja um militar linha-dura. Como seu sucessor, McMaster cogitou publicamente o que chamou de "ataque preventivo" contra a Coreia do Norte. Mas, ao contrário de Bolton, ele não é visto como leviano ou belicista.

Michael Knigge é jornalista da DW
Michael Knigge é jornalista da DW

Essas duas características descrevem a reputação de Bolton em poucas palavras. E sua reputação é merecida. Bolton foi um dos defensores mais ardorosos e públicos da desastrosa decisão do presidente George W. Bush de invadir o Iraque.

O breve período de Bolton como embaixador nas Nações Unidas, uma posição para a qual ele nunca foi confirmado pelo Senado dos EUA, foi marcado por suas visões abertamente hostis em relação à organização. A julgar por um artigo de opinião de dezembro, publicado no Wall Street Journal sob o título Como parar o financiamento da ONU, as posições de Bolton não mudaram.

Sobre o Irã, Bolton expressou visões similarmente belicosas como fez sobre o Iraque. Ele repetidamente pediu uma mudança de regime no Irã. Mais importante ainda, em um artigo de opinião para o New York Times, Bolton defendeu há três anos "parar a bomba do Irã, bombardeando o Irã".

Apenas dois meses atrás, ele novamente opinou no Wall Street Journal que Trump deveria tirar os EUA do acordo internacional com o Irã, um "Waterloo diplomático" que "nenhum reparo pode consertar". E para não perder o costume, no mesmo artigo, novamente defendeu a mudança de regime no Irã.

A escolha de Bolton como conselheiro de segurança nacional de Trump pouco antes de o presidente decidir se retirará os EUA do acordo nuclear do Irã não é um bom sinal para o futuro de um acordo que os europeus e outros querem desesperadamente preservar.

A primavera começou oficialmente há dois dias em Washington, mas depois do lançamento inicial de um conflito comercial com a China e do anúncio de Bolton como conselheiro de segurança nacional, o clima ainda é de inverno na capital dos Estados Unidos.

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