Opinião: Greve de trens pela nona vez? Agora chega!
Não, obrigado, chega, outra greve de trens, não. Não mais uma greve do pequeno Sindicatos dos Maquinistas Alemães (GDL), que se superestima e se acha importante demais. Não mais uma greve que nós, cidadãos normais, não entendemos.
A questão não é dinheiro, nem melhores condições de trabalho, nem aposentadoria. Essa greve gira em torno de uma só coisa: as pretensões de poder de um pequeno sindicato dissidente, encabeçado por um presidente que gosta de se ver na pose de pseudorrevolucionário.
A questão é o sindicato dele, é ele, o seu poder, as suas pretensões de poder. Ele ergue o punho para a companhia ferroviária Deutsche Bahn, ele ergue o punho para nós, cidadãos.
Sim, todas as rodas pararam. Mas não se trata do direito à greve, nem de professoras do jardim de infância, da questão se os nossos filhos e netos vão ter assistência; não se trata de justiça social, muito menos de fechar uma lacuna de justiça, de tornar a sociedade mais humana, de melhores condições para os maquinistas.
Trata-se de autoafirmação, às custas dos cidadãos que são tomados como reféns, porque o GDL assim quer. Pois, até o momento, nas negociações não se falou em explorar as possibilidades de consenso, tampouco se viu verdadeira disposição ao diálogo.
Em vez disso, um sindicalista cabeça-dura age e, no processo, desmonta o direito de greve. A paciência dos cidadãos – não vamos nem falar de compreensão! – agora estourou. E até mesmo os liberal-fundamentalistas estão achando que seria melhor transformar a Deutsche Bahn novamente em empresa estatal, empregando funcionários públicos.
Bela vitória para um sindicato. Pois aí os maquinistas-funcionários públicos vão poder fazer uma única coisa: dirigir trens, em vez de fazer greve!