Opaq: Síria destruiu instalações de produção de armas químicas
31 de outubro de 2013A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) declarou nesta quinta-feira (31/10) que o processo de desmantelamento das instalações para a produção e montagem de armas químicas na Síria está concluído.
Os inspetores tinham até sexta-feira para visitar todas as instalações no país e acompanhar a destruição dos equipamentos de produção, conforme o prazo estabelecido pela própria Opaq com o apoio de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovada no mês passado.
A resolução exige a destruição completa do arsenal químico da Síria até meados de 2014. O próximo passo, agora, é destruir o próprio arsenal. Estima-se que a Síria tenha uma grande quantidade de gases sarin e mostarda.
A resolução foi acordada pelos presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, no intuito de evitar uma intervenção militar internacional após o ataque com armas químicas realizado na periferia de Damasco em agosto. Os países ocidentais culparam o regime do presidente Bashar al-Assad pelo ocorrido.
"A missão conjunta da Opaq e da ONU inspecionou 21 dos 23 locais indicados pela Síria e 39 das 41 instalações nesses locais", afirmou o órgão de vigilância, acrescentando que dois locais não puderam ser visitados por razões de segurança.
"A Síria declarou esses locais como abandonados e afirmou que os materiais do programa de armamentos químicos que lá estavam haviam sido removidos para outros locais inspecionados pela Opaq", afirmou a organização, acrescentando que "a missão está satisfeita por ter verificado – e ver destruída – toda a produção crítica declarada pela Síria, assim como os equipamentos de mistura e preenchimento".
Próximos passos
O diretor-geral da Opaq, general Ahmet Üzümcü, enviou seu primeiro relatório mensal sobre o desarmamento na Síria ao conselho executivo da organização, que se reunirá no dia 5 de novembro para analisar o documento.
No relatório, Üzümcü afirma que o regime de Assad providenciou informações sobre as 41 instalações de armas químicas do país, incluindo oito unidades móveis de preenchimento.
A Síria declarou ter aproximadamente 1.290 toneladas de armas químicas e 1.230 munições não preenchidas – ou seja, granadas, mísseis e morteiros. No relatório também consta que "as autoridades sírias declararam ter encontrado dois cilindros que não pertenciam a eles, nos quais acreditam que haviam armas químicas".
A Opaq afirmou ter recebido até o momento 4 milhões de euros em contribuições para o programa de desarmamento, provenientes do Canadá, Holanda, Alemanha, Suíça e Estados Unidos. Outros países teriam contribuído com 2,7 milhões de euros. O presidente Assad havia estimado que o programa custaria em torno de 1 bilhão de dólares.
O conselho executivo da Opaq utilizará as declarações de sua organização na Síria para decidir, em 15 de novembro, as próximas etapas da destruição do arsenal da Síria.
RC/afp/ap