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ONU diz que Rússia executou 32 prisioneiros ucranianos

3 de abril de 2024

Relatório do alto comissário da ONU para os Direitos Humanos aponta que execuções ocorreram entre dezembro e o fim de fevereiro. Texto também detalha cotidiano de tortura e maus tratos de prisioneiros.

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Túmulo de soldado ucraniano
Túmulo de soldado ucranianoFoto: DW

Ao menos 32 prisioneiros de guerra ucranianos foram executados pelas autoridades russas em 12 incidentes registrados entre 1º de dezembro e 29 de fevereiro, informou nesta terça-feira (02/04) o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, que pediu para investigar esses crimes.

Em um discurso perante o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, onde apresentou um novo relatório periódico de seu gabinete sobre a guerra na Ucrânia, Turk também denunciou as duras condições de cativeiro dos prisioneiros de guerra, muitas vezes privados de comida e calefação.

Os maus-tratos sofridos por estes detidos "em alguns casos podem constituir tortura”, destacou o alto comissário, destacando que alguns prisioneiros de guerra entrevistados após serem libertados relataram que durante o cativeiro perderam metade do peso.

O relatório do Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos, também incluiu entrevistas com prisioneiros de guerra russos detidos pelas autoridades ucranianas.

"Embora não tenham reclamado do tratamento e das condições a que foram submetidos durante a detenção, alguns deles relataram casos de tortura e maus-tratos em locais de trânsito, após terem sido evacuados do campo de batalha”, disse Turk.

Ocupação russa

O relatório do alto comissário também relatou a situação dos civis nas áreas da Ucrânia ocupadas pelos invasores russos, onde foi criado um "clima de medo para solidificar o controle”.

"As autoridades ocupantes russas reprimiram protestos pacíficos, restringiram a liberdade de expressão, impuseram controles e movimentos rigorosos dos residentes e saquearam casas e empresas”, descreveu hoje o chefe dos direitos humanos da ONU.

Além disso, os vizinhos são ativamente encorajados a denunciar-se uns aos outros, "alimentando o medo e a desconfiança”, disse, acrescentando que nestas áreas ocupadas muitos cidadãos são obrigados a trabalhar à força para as autoridades ocupantes, ou a servir o Exército.

No sistema educacional, as crianças "leem livros didáticos com narrativas pró-Rússia, que justificam o ataque armado ao seu país”, lamentou Türk.

Em conclusão, a Rússia adotou nos territórios ocupados "uma série de políticas que eliminaram o direito dos residentes no território ocupado de escolherem livremente sua identidade cultural e de participarem na vida cultural da sua escolha”, destacou.

Mais de dois anos após a invasão, acrescentou Türk, as forças russas continuam cometendo violações generalizadas dos direitos humanos, incluindo homicídios, desaparecimentos forçados, tortura e detenções arbitrárias, crimes frequentemente dirigidos contra pessoas consideradas "pró-ucranianas".

O alto comissário destacou que, em alguns casos, os cidadãos dos territórios libertados pelo Exército ucraniano são também vítimas das autoridades ucranianas que por vezes punem os cidadãos por colaborarem com os invasores depois de usarem acusações muitas vezes "muito amplas e vagas”.

jps (EFE, ots)