ONU alerta sobre falta d'água em Aleppo
9 de agosto de 2016A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta terça-feira (09/08) um cessar-fogo urgente na cidade síria de Aleppo, dividida entre regime e oposição e onde dois milhões de pessoas estão sem acesso a água corrente limpa.
O alerta é feito num momento em que ativistas sírios relatam bombardeios de aviões de guerra do governo a áreas da cidade controladas pela oposição. A ONU pede uma "pausa humanitária" nos combates, para que seja possível levar alimentos e medicamentos à população e para que técnicos possam reparar redes elétricas e de água, que sofreram danos graves nos ataques dos últimos dias.
A ONU tem que "as consequências sejam terríveis para milhões de civis se as redes de luz e água não forem imediatamente reparadas", disse a organização em comunicado.
Estima-se que entre 250 mil e 275 mil pessoas estejam sitiadas no leste de Aleppo, após a estrada de Castello ter sido bloqueada no mês passado, que era o último acesso à área controlada pela oposição.
No último sábado, os rebeldes conseguiram romper o cerco do governo, que já durava um mês. O avanço da oposição danificou o corredor de abastecimento do governo e levantou temores de que um cerco seja imposto pelos insurgentes ao oeste da cidade, controlado pelo regime.
Crianças em risco
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), crianças pequenas são especialmente vulneráveis a diarreia e outras doenças ao beberem água suja e em meio a uma onda de calor.
"Nas áreas a leste de Aleppo, até 300 mil pessoas – sendo um terço delas crianças – estão dependendo de poços cuja água está potencialmente contaminada por coliformes fecais e é imprópria para beber", disse Christophe Boulierac, porta-voz do Unicef.
Ele afirmou que o Unicef e outras agências estão levando diariamente água potável em caminhões a cerca de 325 mil pessoas no oeste de Aleppo.
Ao mesmo tempo, falta atendimento aos doentes e feridos. Ao menos dez ataques a instituições de saúde no leste de Aleppo foram confirmados somente em julho, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"De acordo com autoridades de saúde do leste de Aleppo, oito em cada dez hospitais e 13 em cada 28 centros de atendimento primário estão funcionando somente parcialmente ou fora de serviço como resultado dos ataques", disse Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS. "Somente 35 médicos permanecem na cidade", disse.
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