Onda de calor extremo já provocou mil mortes na Europa
18 de julho de 2022A onda de calor extremo que castiga boa parte da Europa Ocidental há uma semana, com temperaturas acima de 40°C, já provocou mais de mil mortes, segundo autoridades de saúde de Portugal e Espanha.
Dados das autoridades portuguesas apontam que as temperaturas extremas já causaram a morte de 659 pessoas no país, a maioria idosos. Já as autoridades de saúde da Espanha registraram até o momento 360 mortes ligadas à onda de calor.
Além do calor extremo, os dois países ainda enfrentam uma série de incêndios florestais. Nesta segunda-feira, bombeiros da Espanha lidavam com 36 incêndios. O fogo já devastou 20 mil hectares de florestas no país. As chamas deixaram pelo menos um morto: um bombeiro de 62 anos que morreu em um incêndio na província de Zamora. O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez expressou na noite de domingo (17/07) pesar e solidariedade à família do bombeiro. "Nunca há palavras para agradecer o imenso trabalho de quem luta diante do fogo sem descanso", escreveu Sánchez no Twitter.
Pelo menos 2.300 pessoas permanecem fora de suas casas na Espanha por causa dos incêndios florestais. A agência meteorológica da Espanha havia emitido no domingo alertas para temperaturas de até de 42ºC neste em várias regiões do norte do país. A expectativa é que o calor extremo diminua nesta segunda-feira, mas as temperaturas devem permanecem altas no país nos próximos dias.
No domingo, as temperaturas chegaram a 39°C em Madri, onde um trabalhador de manutenção de estradas havia morrido de insolação no dia anterior. Em Sevilha, no sul do país, foram registrados 39,7°C. Já o recorde de 43,3°C foi observado em Don Benito, no leste do país
Já Portugal entrou no domingo em situação de alerta, depois de sete dias em contingência devido aos incêndios que assolam o país e às altas temperaturas registadas. A situação de alerta deve, inicialmente, durar até 23h59 de terça-feira, dia em que as autoridades devem reavaliar a situação, afirmou o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
Na última semana, incêndios destruíram entre 12 mil e 15 mil hectares de matas no país. Na sexta-feira, um avião de combate a incêndios caiu na zona de Vila Nova de Foz Côa, matando o piloto.
França e Reino Unido
Já a França e o Reino Unido se preparam para temperaturas extremas nesta segunda-feira. Na França, são esperadas temperaturas que podem ultrapassar os 40ºC nas regiões da Bretanha, Baixa Normandia, Aquitânia e Occitânia ocidental.
Incêndios devastaram 13 mil hectares de matas no departamento francês de Gironde, no sudoeste francês desde o início da última semana. As autoridades alertam que esta segunda-feira promete ser particularmente delicada, pois o departamento está em alerta vermelho para temperaturas esperadas de até 44°C.
No último alerta meteorológico, 38 dos 96 departamentos da França foram listados em alerta "laranja".
Na noite de domingo, as autoridades deslocaram mais três aviões, 200 bombeiros e 11 caminhões pesados para região.
As temperaturas também continuam a subir no Reino Unido. Nos últimos dias, as autoridades do país emitiram um alerta vermelho por calor - o primeiro da história.
O alerta abrange grande parte da Inglaterra na segunda-feira e terça-feira, quando as temperaturas poderão chegar a 40°C pela primeira vez no país, representando um risco de saúde adicional, disse o serviço de meteorologia do Reino Unido (MET) na sexta-feira. O recorde de temperatura britânico é de 38,7°C, registrado em 2019.
Os passageiros de metrô e trens regionais de Londres estão sendo aconselhados a não viajarem na segunda-feira e terça-feira, a menos que seja absolutamente necessário.
A Alemanha também está se aproximando de temperaturas altas. Na terça-feira são esperadas temperaturas acima de 35°C em boa parte do país - com picos de até 40°C em algumas áreas do oeste alemão, segundo o Serviço Meteorológico da Alemanha.
jps (ots)