OMS recomenda manter uso da vacina de Oxford
12 de março de 2021A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira (12/03) não haver motivos para interromper o uso da vacina para covid-19 da empresa AstraZeneca, também conhecida como vacina de Oxford. A vacina é uma das duas já em uso no Brasil, ao lado da Coronavac.
A declaração foi dada em Genebra por uma porta-voz da OMS, um dia depois de Dinamarca, Islândia e Noruega terem suspendido o uso após relatos de formação de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.
A OMS, assim como já havia feito na véspera a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), afirmou que não há qualquer indício de que haja uma relação entre a vacina e os coágulos sanguíneos. Mesmo assim, um grupo da OMS foi encarregado de investigar as suspeitas.
Alemanha, França e Portugal mantêm uso
Na Alemanha, o Instituto Paul Ehrlich também disse que mantém a recomendação de uso da vacina da AstraZeneca. O ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, disse lamentar a decisão tomada por outros países.
"Levamos esses relatos muito a sério", garantiu. Porém, ele destacou que é importante diferenciar entre uma relação causal e uma mera relação temporal e lembrou que não há indícios de que a vacina seja a causa dos coágulos.
Também a França anunciou que vai continuar usando a vacina da AstraZeneca. "Segundo a Agência Nacional de Segurança de Medicamentos, que segue as recomendações da EMA, não há razão para suspender a vacinação com Astrazeneca", afirmou o ministro da Saúde, Olivier Véran.
Em Portugal, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) garantiu que os benefícios da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 continuam a ser superiores aos riscos e manteve as recomendações para a sua utilização.
Itália também suspende aplicações
A Itália, porém, optou por suspender preventivamente, nesta quinta-feira, o uso de um lote da vacina AstraZeneca contra a covid-19, o ABV2856, depois de relatos de três mortes de pessoas vacinadas no país. A Agência Farmacêutica Italiana (Aifa) sublinhou o caráter preventivo da medida e acrescentou que nenhuma relação causal foi estabelecida até o momento.
Segundo a agência de notícias italiana Ansa, o Ministério Público de Siracusa abriu investigação sobre a morte de um militar por parada cardíaca um dia depois de ele ter sido vacinado com um imunizante desse lote.
No domingo, a Áustria anunciara a interrupção do uso de um lote de vacinas produzidas pelo laboratório anglo-sueco, o ABV5300, após a morte de uma enfermeira de 49 anos, que sucumbiu a "sérios problemas de coagulação" poucos dias depois de ter recebido a vacina.
Em seguida, Estônia, Lituânia, Letônia e Luxemburgo também suspenderam a vacinação com doses provenientes desse mesmo lote, o ABV5300, entregue em 17 países e que incluía 1 milhão de vacinas.
as/lf (AFP, Lusa, ARD)