OMS desaconselha hidroxicloroquina para prevenir covid-19
2 de março de 2021A hidroxicloroquina não deve ser usada para prevenir a covid-19 e não tem efeito significativo sobre pacientes já infectados pelo coronavírus, concluiu um painel de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O medicamento anti-inflamatório e antimalárico não deve ser usado na luta contra a pandemia e não é mais prioridade em pesquisas sobre possíveis tratamentos conta a covid-19, escreveram especialistas internacionais do Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da OMS em um artigo publicado nesta segunda-feira (01/03) no British Medical Journal.
Os especialistas afirmaram que sua "forte recomendação" se baseia em evidências provenientes de seis estudos envolvendo mais de 6 mil participantes com e sem exposição conhecida a uma pessoa infectada pelo coronavírus Sars-CoV-2.
Além de apontarem que a hidroxicloroquina tem efeito mínimo ou nenhum sobre a mortalidade e hospitalizações devido ao coronavírus, os testes também mostraram que o medicamento "provavelmente aumenta o risco de efeitos adversos".
"O painel [de especialistas] considera que o medicamento não é mais uma prioridade de pesquisa e que recursos deveriam ser direcionados para avaliar outras drogas mais promissoras para prevenir a covid-19", escreveram.
O uso de hidroxicloroquina foi proposto no início da pandemia para tratar pacientes com o coronavírus, mas em junho a OMS anunciou o fim dos ensaios clínicos, após várias investigações terem demonstrado que não reduzia a mortalidade. Em outubro passado, um estudo realizado em 30 países e divulgado pela OMS já havia apontado que a hidroxicloroquina é ineficaz contra a covid-19.
Agora a OMS desaconselha também o uso preventivo do medicamento contra a doença. A recomendação emitida pelo painel de especialistas da organização tem o objetivo de servir como uma diretriz concreta sobre o combate ao coronavírus e ajudar médicos a tomar melhores decisões para seus pacientes.
A cloroquina e sua derivada hidroxicloroquina foram amplamente defendidas tanto pelo presidente Jair Bolsonaro quanto pelo ex-mandatário dos EUA, Donald Trump, como armas contra a pandemia.
lf (Reuters, Efe, ots)