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SaúdeÁsia

OMS antecipa 3ª onda de covid na Europa no início de 2021

22 de novembro de 2020

Falando a jornal suíço, enviado especial da OMS David Nabarro critica a política europeia de combate ao coronavírus, ressaltando as vantagens das medidas adotadas em diversos países da Ásia.

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Socorristas colocam paciente em ambulância
Emergência na Espanha: após breve alívio em meados do ano, número de contágios com novo coronavírus volta a subir na EuropaFoto: Juan Medina/Reuters

O enviado especial da Organização Mundial da Saúde para a covid-19, David Nabarro, comentou ao diário suíço Solothurner Zeitung, neste sábado (21/11) que a Europa provavelmente enfrentará uma terceira onda letal da pandemia, antes que uma vacina possa ser introduzida.

"As reações europeias foram incompletas. Eles deixaram de montar a infraestrutura necessária nos meses de verão, depois de ter posto sob controle a primeira onda." Se isso se repetir com a segunda onda, ele antecipa uma terceira, "e já no começo do próximo ano".

Segundo Nabarro, a Europa teria muito a aprender com os países asiáticos: "É preciso reagir rapidamente ao vírus, de forma robusta e decidida, sobretudo no começo, quando ele ainda está se propagando lentamente em diversas comunidades. Se se reaje sem convicção, logo o problema fica maior."

Exponencial versus aritmético

Em meados do ano, a Europa vivenciou uma breve queda das taxas de contágio, mas agora a tendência se reverteu. Com uma população de 84 milhões, no domingo a Alemanha registrou 14 mil novos casos confirmados em 24 horas.

Em contrapartida, a população de 120 milhões do Japan apresentou 2.596 casos no sábado, a Coreia do Sul; com 51 milhões, 386 e um total de apenas 30.700 infecções com o Sars-Cov-2 desde o início da pandemia.

Um problema grave, segundo o enviado da OMS, é que apenas poucos tomadores de decisões compreenderam que o novo coronavírus se alastra em escala exponencial, não aritmética: "Exponencial quer dizer que os números podem crescer oito vezes em uma semana, 40 em duas, 300 em três, mais de mil vezes em quatro semanas, e assim por diante."

Na Ásia, neste ínterim, as cifras são relativamente baixas porque "as pessoas estão totalmente engajadas, adotam comportamentos que dificultam o avanço do vírus; elas mantêm distância entre si, usam máscaras, se isolam quando estão doentes". Além disso, "aplicam as medidas de higiene com muito rigor, lavam as mãos, limpam as superfícies, protegem os grupos mais ameaçados".

A Ásia tampouco relaxou as restrições prematuramente, acrescenta Nabarro: "Quando os números de casos foram reduzidos, com ajuda de uma reação forte das pessoas, não se relaxam as medidas, espera-se até que os números estejam baixos e permaneçam baixos."

Ele também louvou a comunicação clara entre as autoridades e as populações asiáticas: "Só se diz uma coisa: se queremos que nossa economia esteja forte e mantermos nossas liberdades, precisamos todos respeitar algumas regras básicas."

Para Nabarro, deve sempre haver um equilíbrio entre todas as prioridades: "Para que a economia funcione bem, é preciso fazermos a saúde funcionar. Não existe um 'ou isto ou aquilo', só há o 'tanto isto quanto aquilo'."

AV/dw,ots