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ConflitosTerritório Ocupado da Palestina

OMS afirma que maior hospital de Gaza não funciona mais

13 de novembro de 2023

Tedros Adhanom Ghebreyesus afirma que combates perto do hospital "exacerbaram circunstâncias já críticas". Forças Armadas de Israel dizem que Hamas impede coleta de combustível deixado no local.

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Imagem de satélite do hospital Al Shifa
Imagem de satélite mostra combates no entorno do hospital Al Shifa, na Cidade de GazaFoto: Maxar Technologies/Handout/REUTERS

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta segunda-feira (13/11), numa postagem nas redes sociais, que o hospital Al Shifa, o maior da Cidade de Gaza, está sem água há três dias e "não está funcionando mais como um hospital".

Segundo ele, trocas constantes de tiros e bombardeios na área em torno do hospital "exacerbaram circunstâncias já críticas".

Já o vice-ministro da Saúde do governo do Hamas em Gaza, Youssef Abou Rich, declarou à agência de notícias AFP que todos os hospitais no norte da Faixa de Gaza deixaram de funcionar.

De acordo com ele, seis bebês prematuros e nove pacientes em cuidados intensivos morreram devido à falta de eletricidade no hospital Al Shifa, e outros 36 recém-nascidos que estão em cuidados intensivos podem morrer.

O governo de Israel negou que suas forças tenham atacado o hospital, mas reconheceu que houve combates com membros do grupo terrorista Hamas na área. Israel afirma que o Hamas tem um centro de comando embaixo do hospital, o que tanto o hospital como o Hamas negam.

A OMS afirmou que perdeu contato com o Al Shifa e que um outro hospital na capital de Gaza, o Al Quds, não funciona mais por falta de combustível. O Crescente Vermelho Palestino, que opera a instalação, disse que forças israelenses estão estacionadas nas proximidades e que estão sendo feitos preparativos para a retirada de cerca de 6 mil pacientes, médicos e pessoas deslocadas.

Segundo o diretor-geral dos hospitais na Faixa de Gaza, Mohamed Zaqout, só no Al Shifa há cerca de 2.500 pessoas, incluindo pessoal médico (entre 200 e 500 pessoas), doentes (cerca de 650 feridos e 36 bebês em incubadoras) e em torno de 1.500 deslocados internos.

Os números fornecidos por Zaqout, que integra os quadros do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, foram compartilhados pela OMS. No sábado, segundo a mesma autoridade de Saúde do Hamas, havia até 20 mil pessoas no hospital.

A agência humanitária Médicos Sem Fronteiras disse estar "extremamente preocupada" com a segurança dos pacientes e da equipe médica no hospital Al Shifa.

Os militares israelenses afirmaram ter colocado 300 litros de combustível perto do hospital para ajudar a alimentar geradores, mas que integrantes do Hamas impediram que o pessoal do hospital chegasse até o local. O Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas, contestou a informação e disse que o combustível teria sido suficiente para menos de uma hora de eletricidade.

O porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari, afirmou que as Forças Armadas israelenses abriram rotas para que civis possam deixar os hospitais no norte de Gaza rumo ao sul e que estavam em contato com as autoridades do Al Shifa para oferecer ajuda para o transporte seguro de pessoas doentes e feridas. Ele acrescentou que Israel está pronto para ajudar a retirar os bebês que estão no local para um outro hospital.

Os EUA pressionaram Israel por pausas temporárias que permitiriam uma maior distribuição de ajuda aos civis palestinos em Gaza, mas Israel concordou apenas com breves períodos diários, durante os quais civis podem fugir do combate terrestre no norte de Gaza e seguir para o sul a pé ao longo de duas estradas principais.

Com comunicações intermitentes, é difícil verificar informações de forma independente e conciliar os relatos dos militares israelenses, que disseram que estão providenciando corredores seguros para as pessoas escaparem dos combates intensos no norte e mover-se para o sul da Faixa de Gaza, e as autoridades de saúde do Hamas, que afirmam que o hospital Al Shifa está cercado por constantes tiroteios.

md/as (AP, AFP)