OMS: 59% da população europeia está acima do peso
23 de setembro de 2015A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (23/09) que, apesar do declínio do fumo e da taxa de consumo alcoólico, os europeus continuam sendo os maiores fumantes e bebedores do mundo. O relatório também apontou uma crescente obesidade na Europa.
O relatório diz que a Europa está num bom caminho para atingir as metas estabelecidas em 2012 para reduzir a mortalidade prematura até 2020. No entanto, a organização afirma que muito mais pode ser feito para reduzir os principais fatores de risco, abordando tabagismo e etilismo.
A OMS estima que, em média, 11 litros de álcool puro são consumidos por pessoa a cada ano, enquanto 30% da população é fumante. Além disso, as taxas de obesidade também foram aumentando, com 59% da população da Europa classificada com sobrepeso ou como obesos – ficando atrás apenas dos EUA, que possuem as taxas mais altas do mundo.
Turquia, Reino Unido, Polônia, República Tcheca e Israel estão entre as nações com as maiores taxas de adultos com sobrepeso e obesidade, segundo a OMS. Em contrapartida, a Holanda é o país "mais magro" da Europa.
"As taxas de tabagismo estão caindo em todos os lugares, com poucas exceções, mas a obesidade está aumentando e um não compensa o outro", diz a diretora da OMS para a Europa, Claudia Stein. "O que não queremos ver é que estamos ganhando a guerra contra álcool e tabaco, mas perdendo a batalha contra a obesidade."
Enquanto europeus estão vivendo mais do que nunca, diferenças "inaceitavelmente altas" na expectativa de vida continuam a existir entre os países citados no relatório da OMS, com uma discrepância de 11 anos entre o primeiro e o último. A expectativa média de vida para homens e mulheres varia dos 71 anos em Belarus, Moldávia e Rússia aos 82 anos em países como França, Itália e Espanha, segundo os últimos dados de 2011.
Os níveis de mortalidade prematura por doenças não transmissíveis – incluindo câncer, doenças cardiovasculares, diabetes e doenças respiratórias crônica – foram diminuindo "rapidamente", enquanto os níveis de consumo de álcool, tabagismo e obesidade se mantiveram elevados. Isso, segundo o relatório, "pode significar que o progresso [estabelecido para a redução da mortalidade prematura] não será mantido".
"Europeus vivem vidas longas e saudáveis. Somos a região com a maior longevidade no mundo", diz Stein. "[Mas] se as taxas de tabagismo e consumo de álcool e obesidade não diminuírem, podemos arriscar os ganhos alcançados na expectativa de vida, o que pode significar que a próxima geração possa levar vidas mais curtas do que as nossas."
PV/afp/dpa