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Ocupação expõe falta de segurança nas embaixadas

(ef)21 de agosto de 2002

A ocupação da embaixada do Iraque em Berlim, por iraquianos armados com sprays de gás irritante, expôs problemas na segurança das representações diplomáticas de 141 países na capital alemã.

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Policiais alemães quando aguardavam ok de Bagdá para tomar de assalto a embaixadaFoto: AP

Depois que a polícia encerrou, sem derramamento de sangue, a ocupação de cinco horas da embaixada iraquiana, com a libertação dos reféns e a prisão dos cinco seqüestradores, o governo de Berlim começou um exame da segurança das embaixadas na capital da Alemanha.

As novas medidas de proteção serão adotadas individualmente depois de uma análise minuciosa do grau de perigo que possa correr cada uma das embaixadas. Elas irão desde uma vigilância por patrulha policial postada na frente do prédio até proteção abrangente, incluindo a polícia de fronteira. Atualmente, só as representações dos Estados Unidos e de Israel contam com medidas de segurança máxima.

A segurança da grande maioria das embaixadas na Alemanha se limita a um carro de patrulha com dois policias, segundo a Secretaria do Interior. A do Iraque, que mudou há poucas semanas de Bonn para Berlim, era controlada apenas esporadicamente até o momento de sua ocupação, na terça-feira (20), por jovens oposicionistas iraquianos, com a meta anunciada à imprensa de derrubar o regime do presidente Saddam Hussein. As autoridades de segurança não contavam que exatamente a representação do Iraque corresse perigo.

O porta-voz da Secretaria do Interior, responsável pela segurança na capital alemã, reconheceu que a ocupação da representação iraquiana evidenciara que as forças destinadas a proteger os diplomatas estrangeiros são insuficientes. Por causa de medidas de contenção de despesas, a polícia estaria sobrecarregada e a tendência é piorar, segundo Roland Gewalt, porque só em 2002 deverão ser eliminados 600 postos de trabalho.

O governo de Berlim é o único da Alemanha que aumentou as forças policiais depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, disse o porta-voz do partido União Democrata-Cristã (CDU), parceiro de coalizão do Partido Social Democrático (SPD), ao qual pertence o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit.

Um dia após a ocupação da embaixada, foram identificados os cinco invasores presos depois que a polícia libertou os reféns, na noite de terça-feira, após receber o ok de Bagdá para penetrar na sede da embaixada. Um dos reféns era o embaixador em exercício Shamir Mohammed. Os homens são iraquianos de 32 a 42 anos de idade. Um deles é asilado político na Alemanha, desde 2001, e os outros desde março de 2002.