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Críticas à Alemanha

9 de setembro de 2009

Em 2006, Alemanha aplicou apenas 4,8% do Produto Interno Bruto em educação – menos que o Brasil (4,9%) e bem menos que a Islândia (8%) e os Estados Unidos (7,4%), os dois países-membros da OCDE que mais investiram.

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Estudantes na Universidade Humboldt, em BerlimFoto: AP

O sistema educacional alemão ainda está aquém do de outros países industrializados, segundo um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta terça-feira (08/09) em Berlim.

Em 2006, a Alemanha investiu 4,8% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em educação, menos que a média de 5,7% dos países da OCDE. O Brasil – que não faz parte da OCDE, mas foi incluído no relatório na condição de país-associado – investiu 4,9% do PIB.

Entre os países da OCDE, apenas a Irlanda, a Espanha, a Eslováquia e a Turquia aplicaram menos que a Alemanha em educação. O país ocupa a 23ª colocação entre os 28 membros da OCDE pesquisados.

Nos Estados Unidos, na Coreia do Sul e na Dinamarca, os investimentos em educação foram superiores a 7% do Produto Interno Bruto. Na Islândia, o país que mais investiu, chegaram a 8%.

"É hora de investir"

Principalmente no caso da Alemanha, a OCDE vê a crise econômica como oportunidade. "Caso a Alemanha queira sair fortalecida dessa crise, é chegada a hora de investir em educação e em qualificação", disse em Berlim a diretora alemã de Educação da OCDE, Barbara Ischinger.

A ministra alemã da Educação, Annette Schavan, reconheceu deficiências em alguns setores, mas também criticou o relatório. Ela disse que incentivos concedidos pelo governo alemão na forma de bolsas de estudo para estudantes, como o Bafög, não foram incluídos no cálculo dos gastos com educação feito pela OCDE.

Schavan lembrou que o governo alemão planeja elevar seus investimentos em educação para 7% e em pesquisa para 3% do PIB até 2015. Além disso, deverão ser criadas mais 350 mil vagas para estudantes.

Estudar protege contra o desemprego

Na Alemanha, apenas 36% das pessoas nascidas num mesmo ano se inscreveram em universidades e outras instituições de ensino superior no último semestre de 2008. A média da OCDE é bem mais elevada, tendo chegado a 56% em 2007.

No que diz respeito à conclusão do ensino superior, a situação é semelhante. Em 2007, 23% das pessoas nascidas num mesmo ano concluíram os estudos, ou seja, nove pontos percentuais a mais que em 1995. Ainda assim, o resultado fica abaixo da média de 39% da OCDE.

De acordo com a organização, ter nível superior é vantajoso para o trabalhador. Na Alemanha, uma mulher que completou o estudo universitário terá, ao final de sua carreira, ganhado em média 95 mil euros a mais que outra sem nível superior completo.

No caso dos homens, a diferença é ainda maior: 150 mil euros. Esses valores quase dobraram nos últimos dez anos na Alemanha. Segundo a OCDE, ter um curso superior também é uma boa garantia contra o desemprego. Por ficar menos tempo desempregado, um alemão pode contar com 32 mil euros a mais durante seu tempo de trabalho.

AS/dpa/rtr/abr/ap

Revisão: Rodrigo Rimon