Obama anuncia negociações para livre comércio entre EUA e União Europeia
13 de fevereiro de 2013No seu primeiro discurso do Estado da Nação após a reeleição, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu esforço de seus compatriotas na luta contra a crise. Ao falar ao Congresso americano nesta terça-feira (12/02), ele exigiu uma lei de armas mais severa, a reforma das leis de imigração e mais empenho na luta contra as mudanças climáticas.
O chefe de governo prometeu também encerrar a missão militar no Afeganistão, como planejado, até o fim de 2014 e disse que, nos próximos 12 meses, irá retirar 34 mil dos 66 mil soldados americanos do Afeganistão. "Esta noite, posso anunciar que, durante o próximo ano, mais de 34 mil soldados no Afeganistão voltarão para casa", disse. "Esta retirada continuará e, até o final do próximo ano, a nossa guerra no Afeganistão estará terminada."
Com relação ao comércio internacional, Obama disse que os EUA vão "lançar negociações sobre uma parceria abrangente de comércio e investimento transatlântico com a União Europeia". Na semana passada, os líderes da UE aprovaram negociações comerciais com os EUA. O acordo unirá a maior potência econômica do mundo com quatro das dez maiores economias do planeta: Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália.
"Esta noite eu anuncio que começaremos negociações sobre uma ampla Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento – porque comércio livre e justo através do Atlântico daria suporte a milhões de empregos com bons salários a norte-americanos", disse Obama.
Ênfase na economia
Obama abordou temas como medidas para impulsionar a economia do país e o combate ao desemprego. "Todos os dias devemos nos fazer três perguntas como nação: como criamos mais empregos, como capacitamos as pessoas com as habilidades que eles precisam para seu trabalho e como podemos garantir que o trabalho duro leve a um padrão de vida decente?"
Obama pediu que a classe média seja fortalecida, a qual ele descreveu como um "motor de crescimento dos EUA". Para isso, o presidente pediu mais investimentos em infraestrutura e educação. Além disso, observou que a indústria deve ser incentivada. A taxa de desemprego nos EUA foi de 7,9% em janeiro. No quarto trimestre de 2012, a economia encolheu inesperadamente 0,1% – os primeiros números negativos desde o fim da recessão, em junho de 2009.
Com relação à dívida pública de mais de 16 trilhões de dólares, Obama exortou a uma redução equilibrada do déficit. "A maioria dos americanos entende que não podemos simplesmente alcançar a prosperidade através de cortes", disse, acrescentando que, além de cortes de gastos, deve haver também aumento da receita do Estado. Ele pediu que republicados e democratas cheguem a um "consenso razoável" em relação à política fiscal, e desfaçam o atual impasse entre os dois partidos quanto ao tema. "O povo espera que nós coloquemos os interesses da nação à frente dos do partido", avisou.
Lei de armas mais severa
O momento em que o líder americano recebeu os aplausos mais acalorados da noite foi quando fez um apelo emotivo para que as duas casas do Congresso finalmente aprovem uma legislação mais severa para o comércio de armamentos, após o massacre de Newtown. Ele ressaltou que o país não discute o tema pela primeira vez. "Mas desta vez é diferente", completou.
Obama pediu a deputados e senadores que também aprovem uma reforma da lei de imigração, para possibilitar os imigrantes ilegais um caminho para se tornarem cidadãos dos EUA. "Enviem-me nos próximos meses uma reforma abrangente da lei de imigração que eu a assino imediatamente", garantiu.
Obama se referiu brevemente à política externa e novamente condenou o recente teste nuclear realizado pela Coreia do Norte. Ele afirmou que Washington vai, juntamente com seus aliados, agir de forma dura contra as "provocações" de Pyongyang. "As provocações do tipo que vimos na noite passada só vão isolá-los ainda mais", disse. Em relação à disputa em torno do programa nuclear iraniano, Obama acrescentou que Teerã deve reconhecer, finalmente, que "chegou a hora de uma solução diplomática".
MD/afp/dpa/ap/rtr
Revisão: Francis França