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O tecno morreu, viva o tecno!

Wenzel Bilger/(rr)27 de julho de 2004

Críticos condenam a pouca fantasia por trás dos computadores; hoje o impulso criativo vem do bom e velho rock. Para Sven Väth, um dos ícones do tecno mundial, é hora da virada: o DJ abriu seu clube tecno em Frankfurt.

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Sven Väth: retorno ao tecno?Foto: Presse

Até então, Sven Väth estava em casa era mesmo nas ruas, em raves ao redor do globo. O DJ, um dos tops da cena tecno internacional, cresceu e fez carreira junto à Love Parade e, embora a última não viva lá seus melhores momentos, Sven Väth, em contrapartida, acaba de inaugurar seu próprio templo tecno em Frankfurt.

Para o Cocoon-Club, Väth apostou em uma velha receita: a das grandes discotecas, destino de milhares de fãs de batidas eletrônicas dispostos a pagar quantias exorbitantes por uma noite de festa. Os 20 euros de entrada do Cocoon-Club, são, em comparação a clubes da mesma classe em outras metrópoles, uma mixaria.

Sven Väths Cocoon-Club
Aqui ficam seus sapatos enquanto você comeFoto: Cocoon-Club

Já das instalações não se pode dizer o mesmo: uma parede membranosa separa os 600 metros quadrados da pista de dança de VIP-lounges e dois restaurantes. A cozinha está a cargo de Mario Lohringer, um chef de três estrelas importado diretamente de Nova York para o cargo. No cardápio, pratos das cozinhas pan-asiática e pan-européia. Mas, quem quiser comer, tem de deixar os sapatos do lado de fora.

Será o tecno retrô?

"Este é o primeiro grande clube deste século, e é preciso muita coragem para tais decisões contra a corrente", avalia Hans Nieswandt, o DJ da casa e ex-editor da revista de música e cultura pop alemã Spex. Para ele, o clube contraria atuais tendências, que sugerem que o tecno esteja fora de moda e caminhe em direção a seu fim. Nieswandt permanece otimista: "Eu vejo isso como uma oportunidade. Talvez venha uma geração mais nova e descubra a música eletrônica".

Cocoon Club in Frankfurt Architektur
No centro do clube, uma pista de dança de 600 metros quadradosFoto: Presse

Para Nieswandt, a decisão de Väth de abrir um clube como esse em Frankfurt é um tanto quanto lógica. "Frankfurt é a cidade alemã das discotecas", argumenta. Isso teria que ver com a presença das tropas americanas estacionadas na cidade e região. Além do mais, a capital financeira da Alemanha continua sendo uma das cidades mais internacionais do país. "Em Frankfurt, tudo é menos politizado que em Berlim. Aqui ninguém liga tanto para o caráter underground, para o charme decadente."

Nieswandt acredita que o sucesso do clube está garantido, pelo menos nesta primeira fase, com a atenção da mídia e "música de boa qualidade". "Mas o que me interessa é como será daqui a três anos." Será que clubbers de Londres, Paris e Nova York pegarão o avião para vir a Frankfurt? Ou mesmo que os vizinhos de Düsseldorf ou Stuttgart cairão na estrada para dançar no Cocoon?