O que se sabe sobre os crimes no réveillon de Colônia?
10 de janeiro de 2016O que se sabe
– Segundo a polícia, os criminosos saíram de um grupo de cerca de mil homens que se concentrava em frente à estação central de Colônia, ao lado da Catedral.
– Segundo o presidente regional do sindicato da polícia, Arnold Plickert, já na noite de réveillon os policiais abordaram e pediram os documentos de mais de 70 pessoas. Destas, quatro foram detidas, 11 foram mantidas sob custódia e houve o registro de 34 ocorrências. Segundo ele, várias pessoas abordadas apresentaram comprovantes de registro do Departamento de Migração, que são concedidos a pessoas que pedem asilo. "Isso mostra que havia refugiados entre elas", disse. Ele não soube responder por que as pessoas foram abordadas pela polícia.
– A polícia de Colônia registrou 516 ocorrências até este domingo (10/01), sendo que cerca de 40% são de assédio sexual. Há também muitos casos de furto de celulares, bolsas e carteiras. Duas pessoas registraram ocorrência de estupro.
– A polícia de Colônia afirmou que 20 suspeitos estão sendo investigados. Muitos deles foram identificados, mas não foram detidos. Um marroquino de 19 anos foi detido neste sábado. Ele é conhecido da polícia desde 2013. As identidades dos demais suspeitos não foram reveladas. Entre os investigados estão sobretudo homens de países do norte da África.
– A Polícia Federal, que é responsável pela segurança dentro da estação central e numa distância de até 30 metros do prédio, registrou 32 ocorrências na noite de réveillon, incluindo ferimentos, roubos e crimes sexuais. A Polícia Federal afirmou ter identificado 32 suspeitos. São eles nove argelinos, oito marroquinos, cinco iranianos, quatro sírios, um iraquiano, um sérvio, um americano e três alemães. Desses 32 suspeitos, 22 são requerentes de asilo. Nenhum deles foi até o momento envolvido em crimes sexuais e as acusações contra eles são de ferimentos e furtos.
– Na sexta-feira, a polícia de Colônia prendeu dois suspeitos, de 16 e 23 anos, um deles do Marrocos e o outro da Tunísia. Os dois são requerentes de asilo e foram liberados pouco depois por falta de provas. Três pessoas estão em prisão preventiva por suspeita de roubo durante a noite de réveillon.
O que não se sabe
– Não se sabe quem são os criminosos e quantos eles são. Até o momento há apenas suspeitos.
– Também não se sabe se há requerentes de asilo ou refugiados entre os criminosos. Eles formam, porém, o principal grupo de suspeitos. Requerentes de asilo e pessoas que vivem ilegalmente na Alemanha estão no foco das investigações da polícia de Colônia, mas a própria polícia ressalvou que nada foi provado contra eles. A Polícia Federal afirmou que há refugiados entre os suspeitos. Testemunhas, vítimas e policiais falam de homens de aparência árabe ou norte-africana. A polícia local abordou e pediu os documentos de pessoas que estavam na área da estação central, e entre elas havia refugiados, mas não se sabe se as pessoas abordadas têm alguma relação com os crimes cometidos.
– Não se sabe também se os criminosos planejaram ou organizaram o que aconteceu diante da estação central de Colônia. Também não se sabe se há relação entre o que aconteceu em Colônia e crimes semelhantes ocorridos em outras cidades alemãs no réveillon. A promotoria de Colônia, porém, parte do princípio de que se trata de crime organizado. O ministro da Justiça, Heiko Maas, também afirmou acreditar que haja uma relação entre os acontecimentos em várias cidades e que as agressões foram planejadas com antecedência. O jornal Bild am Sonntag publicou que grupos de norte-africanos usaram redes sociais para chamar conterrâneos para Colônia. Segundo informações da emissora WDR, a polícia investiga já há alguns meses grupos de criminosos formados majoritariamente por argelinos, marroquinos e tunisianos. Esses grupos estariam indo para a Alemanha como refugiados. Eles viajam para Istambul e, de lá, entram na Europa misturados aos grupos de refugiados que vêm da Síria, do Iraque e de outros países, segundo as informações da WDR.
AS/dpa/epd/kna