A próxima década
8 de janeiro de 2010Você se lembra do mundo antes da internet? Sem e-mails, nem downloads de MP3, YouTube, ou as últimas notícias a um mero clique do mouse? A Rede revolucionou nosso mundo, radicalmente. E continuará a revirá-lo, assim como à nossa sociedade, pois os próximos anos serão, no mínimo, tão excitantes quanto os últimos.
O potencial desse meio está longe de ser plenamente explorado. O – provisoriamente – último estágio foi inaugurado há pouco pela gigante informática Apple: com o iPhone, a Rede se tornou também portátil, oferecendo a possibilidade de surfar, escrever e-mails, etc., de qualquer lugar.
Para confirmar quão revolucionário é – ou melhor, foi – esse aparelhinho, basta dar uma olhada na concorrência: quer Nokia, Motorola ou Sony, todo fabricante que se preze oferece atualmente um telefone celular com funções de internet.
Mobilidade nas nuvens
A tendência à maior mobilidade se afirmará nos próximos anos. E não serão apenas os aparelhos a se tornar móveis, também os dados pessoais vão pôr o pé na estrada. Cloud computing – computação em nuvem: assim se chama a técnica que já existe há algum tempo, mas que só nos próximos anos se tornará um verdadeiro fenômeno de massa.
Através dela, os dados do usuário não ficarão mais armazenados num disco rígido, em casa ou no escritório, mas sim na internet, em algum lugar na grande "nuvem de dados". Se, por um lado, isso torna difícil saber onde, exatamente, eles se encontram, por outro, os dados seguirão o dono por todo lugar, no PC caseiro, no laptop ou no celular conectado à internet.
A voz dos críticos
Desse modo, a internet se tornará onipresente. Acessível em todo lugar e com velocidade suficiente: essa é a visão por trás da computação em nuvem. Porém os próximos anos também prometem um aumento do número dos céticos e críticos, já que a Rede ficará sabendo mais sobre nós do que qualquer outra instância até então.
Desde já se ouvem, por exemplo, críticas severas à maneira como procede Google. Para muitos, a multinacional é um verdadeiro vampiro informático, coletando e avaliando dados de todo tipo. O mais tardar depois de repetidos escândalos envolvendo dados pessoais, cresce a consciência de que está longe de "tanto fazer" que rastros deixamos na internet, ou a quem confiamos nossas informações.
Por isso, na segunda década do século, os grandes conglomerados de internet estarão mais do que nunca sob a vigilância da opinião pública.
Modéstia dos netbooks
O futuro próximo também trará inúmeras inovações para o computador pessoal, celular e companhia, já que ainda há muito a desbravar em termos técnicos. Entretanto os critérios se deslocaram, pois deixa de valer a regra "quanto mais sofisticado e veloz, melhor".
O exemplo partiu dos assim chamados netbooks: notebooks pequenos e baratos, cuja tecnologia, a rigor, se encontra três ou quatro anos atrás dos padrões atuais. Pois muitos consumidores se perguntam: de que preciso, e quanto estou disposto a pagar por isso? E para processamento de texto, e-mails e funções afins, os netbooks bastam perfeitamente, apesar de sua técnica "arcaica".
Mega, giga, tera...
Em contrapartida, espaço de armazenamento é algo que nunca pode ser demais. Música, filmes, fotos: cada vez mais dados são guardados em forma digital. Hoje em dia, cada um de nós é capaz de encher, sozinho, um disco rígido cuja capacidade, em outros tempos, teria bastado para todo um centro de informática.
Outro problema ocupará muitas pessoas nos anos por vir: como armazenar meus dados de forma segura? Pois quando, no lugar da caixa de sapatos com recordações, a única segurança é o disco de back-up, aí mesmo é que a tecnologia tem que se provar cem por cento confiável.
Autor: Jörg Brunsmann (av)
Revisão: Roselaine Wandscheer