O que esperar do espaço em 2016
3 de janeiro de 2016O ano de 2016 será dedicado, além de Marte, a Júpiter. No dia 4 de julho, a sonda espacial Juno, da Nasa, vai alcançar o maior planeta do Sistema Solar e entrar em sua órbita. Durante um ano, ela investigará sua atmosfera, campo magnético e topografia.
Juno é considerada uma nave "verde": nunca antes uma sonda espacial conseguiu ir tão longe do Sol apenas com energia nuclear. Até agora, todas as missões para planetas remotos foram equipadas com baterias nucleares.
A agência espacial europeia (ESA) está planejando para março o lançamento da primeira nave do projeto Exomars, que deve chegar ao Planeta Vermelho em outubro.
Já há uma série de naves na órbita de Marte, e dois robores atualmente operando em solo. Mas o planeta não é um campo fácil para pesquisadores. E não é possível determinar se as condições ali são propícias a algum tipo de vida.
É por isso que a nave da ESA vai analisar os gases na atmosfera. Especificamente, os pesquisadores estão procurando por metano, o que poderia indicar algum tipo de atividade biológica. Quando chegar ao planeta, a nave vai liberar uma cápsula, que servirá de teste para futuras manobras. Na segunda parte da missão, é esperado que um laboratório móvel aterrisse em 2018 e busque traços de vida na areia.
Um fim espetacular para Rosetta
A missão Rosetta também está envolvida na busca pelas origens da vida em nosso Sistema Solar. Desde agosto de 2014, a nave orbita o cometa 67p/Churyumov-Gerasimenko. Em novembro de 2014, depositou o minirrobô Philae na rocha de cerca de 4 quilômetros de diâmetro.
Em meados deste ano, a missão deve chegar ao fim – e com uma manobra espetacular. Seguindo o exemplo de Philae, ela também deve aterrissar no cometa. Durante o pouso, ela vai se destruir – já que não foi desenhada para isso. Porém, vai enviar dados para a Terra suficientes para manter cientistas ocupados por décadas.
Minieclipse proporcionado por Mercúrio
O ponto alto da astronomia em 2016 será a passagem de Mercúrio em frente ao disco solar. Em 9 de maio, o menor planeta do sistema vai viajar exatamente entre a Terra e o sol, num movimento que deve durar sete horas.
Os melhores pontos para observar o fenômeno serão Europa, Groelândia e partes da América do Sul e do Norte. Infelizmente, porém, Mercúrio é tão pequeno que o fenômeno não poderá ser visto a olho nu.
Com ajuda de um telescópio ou binóculo pode ser que você consiga ver o pequeno eclipse. Mas nunca o aponte diretamente para o Sol: o resultado pode ser grave dano à sua visão. Busque orientação de pessoas especializadas para não perder o espetáculo, que só deve voltar a acontecer em 2029.
Eclipse total do Sol
Em 9 de março, haverá um eclipse "de verdade", no qual a Lua vai cobrir quase totalmente o Sol ao longo de quatro minutos. Ele poderá ser visto apenas no Sudeste Asiático, Austrália e em algumas ilhas do Pacífico.
Em 1º de setembro, a Lua novamente vai se mover em frente ao Sol. Mas não vai cobri-lo em sua totalidade, fazendo com que o fenômeno seja enxergado como um gigantesco anel de ouro no céu. O eclipse será visível para moradores em uma faixa de 100 quilômetros, do centro da África à Madagáscar. Parcialmente, poderá ser observador do oeste da Austrália.
Já a Lua deve decepcionar neste ano: eclipse lunar total, não haverá nenhum em 2016. Em compensação, a Terra terá 366 noites - uma a mais para observar o satélite natural.