O que comer numa visita a Berlim
13 de janeiro de 2018Portão de Brandemburgo, cúpula do Parlamento, Torre de TV, praça Alexanderplatz, Checkpoint Charlie, East Side Gallery, Memorial do Holocausto, e por aí vai. A lista de atrações turísticas de Berlim é extensa, e sem dúvida caminhar de um lado para o outro da cidade tem um efeito certeiro: fome.
Para mim, as experiências gastronômicas são tão importantes numa viagem quanto as culturais. É por isso que, a partir da coluna desta semana, vou dar dicas do que experimentar em alguns dos principais destinos turísticos da Alemanha, começando pela capital. Para mergulhar no universo culinário de Berlim, selecionei alguns pratos típicos que são facilmente encontrados em lanchonetes, restaurantes, bares e padarias da cidade.
É claro que uma das refeições em Berlim deve ser currywurst, afinal, acredita-se que a combinação de salsicha branca com molho picante de tomate e curry tenha sido inventada na cidade em 1949. Servida com pão ou batata frita, a currywurst é hoje uma das comidas de rua favoritas da Alemanha.
Quando se pede uma currywurst em Berlim, costuma-se ouvir a pergunta: "Mit oder ohne?" (Com ou sem?), que se refere à presença ou ausência de tripa em volta da salsicha. Quanto ao sabor, não há muita diferença entre as duas versões, mas a com tripa é mais crocante, e a sem, mais macia.
Um dos lugares mais populares que servem a salsicha picante é Curry 61, na rua Oranienburger Strasse. E para quem se apaixonar por esse o símbolo da culinária berlinense, há até um museu dedicado a ele, o Deutsches Currywurst Museum Berlin.
Outra opção de lanche rápido ou entrada antes de uma refeição berlinense, pode ser um pão com carne crua temperada, o chamado hackepeter, que também é apreciado em outras regiões do país e no sul do Brasil. Há ainda o clássico strammer max, que consiste simplesmente numa fatia de pão coberta com presunto e um ovo frito.
Depois de experimentar esses lanches e visitar, quem sabe, o Portão de Brandemburgo e o Memorial do Holocausto, que ficam bem pertinho um do outro, é possível que comece a dar sede. Para aqueles que quiserem ousar, dá para se aventurar no universo das cervejas coloridas.
É isso mesmo: coloridas. Em Berlim, principalmente no verão, a cerveja do tipo Berliner Weisse – turva e ácida – é muito apreciada com xarope de framboesa ou de waldmeister, uma planta presente em toda a Europa. O resultado são cervejas adocicadas de cores vermelha e verde vibrantes. É possível também encontrar outras misturas com a Berliner Weisse em bares da cidade, com licor de damasco, por exemplo.
Como comer dá sede, e beber dá fome, é hora de uma refeição com sustância. Aí não faltam opções no cardápio de restaurantes dedicados â culinária local, como a Alt-Berliner Wirtshaus, que tem duas filiais, uma ao lado do Portão de Brandembrugo, e outra no bairro Nikolaiviertel.
Lá você encontra, por exemplo, o clássico eisbein (joelho de porco) com chucrute e purê de ervilhas. Outro prato berlinense famoso são as königsberger klopse, almôndegas servidas com – pode arregalar os olhos, caro leitor – alcaparras. E para completar, a receita ainda leva anchovas. E não é que combina?
Outro clássico da capital são as buletten, bolinhos de carne fritos, geralmente servidos com salada de batata. Esse prato, assim como currywurst, pode ser facilmente encontrado em biergartens de Berlim – recomendo o famoso Prater Garten e o Café am Neuen See, que fica à beira de um lago dentro do parque Tiergarten.
Por fim, é claro que não podem faltar doces para adoçar uma viagem. Ao pensar em comida de Berlim, para muitos alemães logo vêm à cabeça os berliner pfannkuchen. São sonhos, fritos e recheados de geleia. E para quem quiser algo mais leve como sobremesa, tem o berliner luft, um creme fofinho de clara em neve, gema, açúcar, baunilha e gelatina, que costuma ser servido com calda de framboesa.
Boa viagem e guten Appetit!
Toda semana, a coluna Pitadas traz receitas, curiosidades e segredos da culinária europeia, contados por Luisa Frey, jornalista aspirante a mestre-cuca.
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