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O Brasil na imprensa alemã (06/10)

6 de outubro de 2021

Queda de popularidade de Bolsonaro, perspectiva de um duelo nas urnas entre o presidente e Lula e processo por indenização das vítimas de Brumadinho na Alemanha são destaques.

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Protest contra Bolsonaro no Rio de Janeiro
Protesto contra o governo: "Presidente Bolsonaro está sob forte pressão num Brasil abalado pela crise", diz jornal alemãoFoto: Ricardo Moraes/REUTERS

Rheinishe Post – Contra a parede (06/10)

Crise do coronavírus, desemprego, isolamento: o presidente Bolsonaro está sob forte pressão num Brasil abalado pela crise. Agora, ele está mobilizando seus apoiadores, incitando contra as instituições e até flertando com um golpe

(…)

No maior país da América Latina, a campanha eleitoral entre dois dos animais alfa praticamente começou. De um lado, está o governante Jair Bolsonaro, que está contra a parede nas pesquisas. Quase 600 mil mortes por covid-19 são atribuídas principalmente a ele e sua conduta banalizante, sua ridicularização das medidas de higiene e das vacinas, sua troca constante de chefes do Ministério da Saúde. Em uma população de 210 milhões de pessoas, uma em cada 350 pessoas morreu de ou com covid. Especialmente nas comunidades pobres, onde as pessoas vivem mais próximas umas das outras e não podem se evitar, quase todas as famílias conhece alguém que tenha morrido da doença.

Além disso, está o dramático colapso da economia. O desemprego aumentou para 15%. Ações de organizações nas favelas ou da Igreja cuidam para que a fome não se espalhe ainda mais exatamente na despensa do mundo e gigante agrícola Brasil. Os preços estão galopando. Mesmo aqueles que têm trabalho gemem sob o peso de impostos e despesas.

Bolsonaro isolou amplamente o Brasil internacionalmente. Seus principais aliados eram Donald Trump e Benjamin Netanyahu. Mas os chefes de governo dos Estados Unidos e de Israel perderam suas eleições. E o resto do mundo rejeita a política de desmatamento de Bolsonaro na Floresta Amazônica, principalmente porque o governante brasileiro se mostra resistente a conselhos em todos os aspectos e não vê razão para mudar de curso, apesar das mudanças climáticas. As alegações de corrupção contra familiares são particularmente amargas para Bolsonaro, já que agir contra a corrupção foi uma das principais promessas de sua campanha. Aos poucos, a imagem do homem forte vai desmoronando.

É por isso que as pesquisas acreditam atualmente numa clara vitória eleitoral em 2022 do ex-presidente de esquerda Lula da Silva, que governou o país de 2003 a 2010. Naquela época, o Brasil estava se saindo muito melhor, ainda que a recuperação econômica fosse comprada com uma política econômica anticlimática semelhante à que existe hoje. Ao contrário de Bolsonaro, no entanto, Lula entendeu como funciona a diplomacia internacional e como lidar com os homólogos. Lula é, no entanto, também a figura odiada da direita brasileira, supostamente um comunista, embora na verdade seja um social-democrata que defende uma espécie de economia social de mercado.

NTV.de – O duelo Bolsonaro contra Lula pode ficar tenso (02/10)

Bolsonaro tem atualmente cinco adversários oficiais à presidência. Provavelmente, só Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), que ocupou a presidência de 2003 a 2010 e se empenhou especialmente no combate à fome e à pobreza, além de melhorar as oportunidades de educação, pode ser realmente perigoso para ele. Uma média de 40% da população se diz a favor dele nas pesquisas.

Na verdade, Bolsonaro provavelmente nunca teria chegado ao poder se Lula, que também era favorito, junto com ele, não tivesse sido excluído das eleições de 2018. Ele foi acusado de suposta lavagem de dinheiro e corrupção e condenado a uma longa pena de prisão. Em 2021 as sentenças foram derrubadas, fazendo com que Lula agora possa concorrer.

Quando os cerca de 148 milhões de brasileiros votantes decidirem sobre seu futuro presidente em 2 de outubro de 2022, nem Bolsonaro nem Lula deverão receber maioria absoluta. A decisão final entre os dois candidatos mais fortes no primeiro turno só será feita no segundo turno, em 30 de outubro.

No entanto, existe uma grande preocupação de que possam ocorrer irregularidades, motins ou mesmo um golpe durante a campanha eleitoral ou após a eleição. Porque no estilo do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, Bolsonaro pode só aceitar uma vitória. O político de 66 anos previu recentemente que seria "morto, preso ou reeleito" numa declaração no estilo do tudo ou nada. Ele sofreu uma tentativa de assassinado antes da eleição de 2018. E atualmente existem várias investigações preliminares contra Bolsonaro, incluindo por corrupção e divulgação de "fake news".

Süddeutsche Zeitung – Qual a culpa da TÜV Süd? (01/10)

Três anos após rompimento de barragem no Brasil, com 270 mortos, um tribunal tem que esclarecer se os certificadores também têm responsabilidade. O caso põe em jogo é a reputação da marca TÜV.

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Nesta semana, a dor está de volta: Gustavo Barroso Câmara compareceu de terno preto nesta terça-feira ao Tribunal Regional de Munique e pediu à TÜV Süd que assumisse a responsabilidade pela tragédia. "Eles certificaram a barragem como segura, embora não fosse segura", disse ele sobre os engenheiros brasileiros que trabalhavam para uma empresa local de propriedade da TÜV Süd, com sede em Munique, e que na época consideraram a barragem como segura. Agora, Barroso Câmara está pedindo uma indenização juntamente com a administração do município afetado de Brumadinho, que fica ao norte do Rio de Janeiro. "A TÜV Süd tem que pagar a todas as vítimas uma compensação adequada."

Para a TÜV Süd, o desastre no continente sul-americano já é um dos piores eventos dos 150 anos de história da empresa. E pode piorar. Primeiro, há muito dinheiro envolvido. Caso Gustavo Barroso Câmara ganhe, centenas de outras vítimas também devem reclamar, os familiares dos 270 mortos, os feridos, aqueles cujos carros foram arrastados, cujas casas se encheram de lama. Os estragos em Brumadinho, cidade próxima à mina causadora do desastre, são consideráveis. Em alguns lugares a lama seca, agora dura como cimento, ainda tem metros de altura.

md/lf (ots)