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Número de desempregados cresce 13,2% na Alemanha

30 de abril de 2020

Impacto da pandemia também causa corrida para acesso a programa estatal de redução de jornada de trabalho. Em março e abril, número de pedidos foi três vezes maior que durante crise financeira de 2009. 

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Trabalhadores em linha de montagem da Volkswagen
Indústria automotiva alemã é uma das mais afetadas pela crise provocada pela pandemiaFoto: picture-alliance/dpa/C. Gateau

O número de desempregados na Alemanha aumentou em 13,2% em abril em relação a março, a maior alta em um mês desde 1991, devido ao impacto do coronavírus, anunciou nesta quinta-feira (30/04) o Ministério do Trabalho alemão.

A Agência Federal de Emprego (BA) registrou 308 mil novos desempregados em relação ao mês anterior, em dados brutos, para um total de 2,644 milhões de pessoas, e uma taxa de desemprego que subiu 0,8 ponto percentual, para 5,8%, dos 5% no mês anterior, em dados corrigidos das variações sazonais.

É a primeira vez no pós-guerra que a taxa de desemprego cresce na Alemanha durante o mês de abril – quando o início da primavera no Hemisfério Norte normalmente contribui para o aquecimento do mercado de trabalho.

"A pandemia do coronavírus provavelmente conduzirá à pior recessão na Alemanha na história do pós-guerra", destacou o presidente da BA, Detlef Scheele. "O mercado do emprego estará, por isso, sob pressão", acrescentou.

O Ministério do Trabalho afirmou, em nota, que o "significativo aumento" do desemprego em abril afeta "todos os setores", em particular "restaurantes, hotéis, operadoras de turismo" e "o setor automobilístico". Em um ano, o número de desempregados aumentou em 415 mil.

Além disso, o mercado de trabalho enfrenta uma onda sem precedentes de pedidos de adesão ao programa estatal de redução de jornada de trabalho, devido à epidemia. Em março e abril, 751 mil empresas, pediram para colocar 10,1 milhões de funcionários no sistema de jornada de trabalho reduzida. A cifra corresponde a três vezes mais ao registrado na crise financeira de 2009. 

A BA ressalta que, os números se referem apenas a solicitações, "isso não significa que todas essas pessoas acabem usando o esquema de jornada reduzida", em que o governo assume uma parcela do salário, e o empregador se compromete a não demitir. "No entanto, é um número nunca visto nas últimas décadas, e os pedidos excedem várias vezes os níveis da grande recessão de 2008/2009", acrescenta a agência.

Conhecido no país como Kurzarbeit e tido como um mecanismo que salvou centenas de milhares de empregos durante a crise financeira de 2009, o programa estatal teve seu acesso ampliado para beneficiar empresas atingidas pela pandemia.

O governo da Alemanha espera uma queda de 6,3% no PIB do país este ano, uma contração sem precedentes desde que os cálculos começaram, em 1970. A previsão é que a recessão chegue ao ápice no segundo trimestre, quando a atividade econômica poderá começar a se recuperar, desde que uma segunda onda de infecções possa ser evitada.

Dados do Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) do país mostraram queda de 5,6% nas vendas no varejo no mês de março, que foi, no entanto, menor do que o declínio de 7,3% previsto por analistas. As vendas do comércio varejista, um indicador notoriamente volátil, subiram em fevereiro, quando as famílias estocavam produtos antes do início das medidas de distanciamento social.

Segundo o Destatis, o aumento de vendas em drogarias e supermercados, que permaneceram abertos, compensaram as perdas verificadas em outros tipos de estabelecimento.

MD/afp/rtr

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