Fé e globalização
6 de junho de 2007Ao contrário do que leva a supor o título "Congresso da Igreja Luterana", ele é não é organizado pela Igreja, e sim por uma associação de utilidade pública com o mesmo nome, criada por leigos em 1949.
Por isso mesmo, o evento pouco tem a ver com uma manifestação fervorosa de fé. Pelo contrário, ele reflete o engajamento e a preocupação social dos protestantes alemães.
Mais de três mil eventos estão programados em Colônia nos cinco dias do encontro, entre debates, shows, apresentações e cultos. Convidados de vários países do mundo participam do evento, que segundo o presidente do Congresso, Reinhard Höppner, se fundamenta em três temas: ecumenismo, globalização e integração.
Ponte entre Colônia e Heiligendamm
O fato de realizar-se paralelamente à cúpula do G8 dá um caráter especial ao evento, diz Ellen Überschär, secretária-geral do Congresso. Nosso lema é "o poder da dignidade − repensar a dignidade", acrescenta.
"Achamos que a dignidade deve ser entendida como um conceito inter-religioso e intercultural. É um critério muito bem ancorado na tradição judaico-cristã que seguimos na Europa. Ao mesmo tempo, pode servir de critério para definir os limites da liberdade econômica", afirma.
Com cerca de cinco mil visitantes estrangeiros, o evento tem um número recorde de participantes não-alemães. Os mais proeminentes são os africanos Desmond Tutu e Agnes Aboum, que se pronunciarão sobre os resultados do encontro de cúpula do G8, que termina na sexta-feira (08/06) no norte da Alemanha.
Num espetáculo ao ar livre, ao lado da catedral de Colônia, os organizadores pretendem estabelecer uma ponte com as manifestações em Heiligendamm.
Encontro de religiões
Überschär ressalta que grupos de muçulmanos e cristãos estão preparando um "amplo programa, como nunca tivemos num congresso antes". Foi organizado, por exemplo, um centro ecumênico para debater problemas práticos do dia-a-dia.
Embora Colônia seja uma cidade de tradição católica, ela tem uma grande comunidade judaica e muçulmana, o que facilita os contatos ecumênicos. Mesmo assim, a celebração entre católicos e luteranos na catedral não terá sacramento da Eucaristia
conjunto, proibido aos católicos. (kk/rw)