Novo presidente do Peru promete combate à corrupção
23 de março de 2018O engenheiro e empresário Martín Vizcarra tomou posse nesta sexta-feira (23/03) como novo presidente do Peru, após o Congresso do país aceitar o pedido de renúncia de Pedro Pablo Kuczynski em meio a uma grave crise política e institucional.
Vizcarra, que era o primeiro vice-presidente e embaixador peruano no Canadá, recebeu a faixa presidencial e jurou ao presidente do Congresso, o fujimorista Luis Galarreta, o cargo que deverá exercer até 28 de julho de 2021.
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Em seu primeiro discurso como presidente, Vizcarra disse que "chegou a hora de dizer basta" à corrupção no país e propôs aos congressistas um novo pacto social que permita a luta contra essa prática.
"A justiça deverá atuar com independência, responsabilidade e rapidez, mas, ao mesmo tempo, o que aconteceu deve marcar o ponto final de uma política de ódio e confronto que só prejudicou o país", declarou.
Vizcarra abordou diretamente a questão da corrupção generalizada e as práticas desonestas que marcaram o final da presidência de Kuczynski, assim como a inimizade e a disputa entre os poderes do Estado.
"A classe política e os que controlamos cargos temos obrigação de dar resposta às necessidades, reivindicações e aspirações dos peruanos e não nos enredar em brigas que terminam causando um enorme prejuízo ao Peru", acrescentou.
Vizcarra afirmou que os principais objetivos de seu governo serão recuperar a estabilidade e a confiança nas instituições, além de transformar a educação num pilar central do desenvolvimento. "Além do maior esforço na luta contra a corrupção, temos que recuperar a governabilidade, a confiança dos peruanos, dentro do respeito à Constituição e às leis", ressaltou.
O novo presidente peruano chegou ao plenário do Congresso acompanhado pela segunda vice-presidente, Mercedes Aráoz, e foi recebido com aplausos de todas as bancadas parlamentares, que ofereceram apoio em prol da governabilidade do país sul-americano.
Vizcarra, que ontem completou 55 anos de idade, recebeu pouco antes da posse o "Grande Colar" da Ordem "O Sol do Peru" e a Ordem "Ao Mérito por Serviços Distintos" no grau de "Grande Cruz Especial", segundo um comunicado da presidência, pelos trabalhos que cumpriu como embaixador no Canadá.
Kuczynski renunciou pressionado pelo Congresso, perante evidências, em vídeo e áudio, das tentativas de seus aliados políticos, e pelo menos um funcionário e um ministro, de comprar o voto de um legislador opositor para impedir sua destituição por seu envolvimento no escândalo protagonizado pela construtora brasileira Odebrecht.
CN/efe/dpa
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