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Novo líder do Talibã prega união interna

1 de agosto de 2015

Primeira mensagem de áudio do novo líder tem como objetivo acalmar os dissidentes e aplacar a divisão entre membros mais radicais e aqueles que defendem as conversações para o fim da guerra.

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Taliban Chef Mullah Achtar Mansur
Foto: picture-alliance/dpa/Afghan Taliban Militants

O novo líder do Talibã no Afeganistão, mulá Akthar Mansour, pediu aos seus combatentes que permaneçam unidos e sigam o caminho de seu antecessor, o mulá Mohammad Omar.

"Nossa união vai derrotar nossos inimigos", afirma numa mensagem de áudio divulgada neste sábado (01/08). Esta é a primeira declaração dele desde que foi escolhido novo líder da organização extremista, na quinta-feira, um dia após o governo do Afeganistão confirmar a morte de Omar, que teria acontecido há dois anos.

A gravação foi enviada à imprensa via e-mail por um porta-voz do Talibã, após a deserção de combatentes do grupo em favor da organização jihadista "Estado Islâmico" (EI).

Mansour pediu que seus seguidores prossigam com a insurgência no Afeganistão, que já dura 14 anos. "É da nossa responsabilidade continuar com a guerra santa até estabelecermos um Estado islâmico em nosso país", diz a declaração.

O novo líder do Talibã é considerado próximo do Paquistão, que muitos acreditam ter apoiado os insurgentes durante a guerra. Ele é visto também como um apoiador do processo de paz iniciado pelo presidente afegão, Ashraf Ghani, e que é patrocinado pelo Paquistão.

Divisões internas

Autoridades afegãs informaram que as conversações de paz entre o governo em Cabul e o Talibã foram adiadas por tempo indeterminado, a pedido da organização jihadista, que apresenta sinais de divisão interna.

Um dos filhos do mulá Omar teria se oposto à escolha de Mansour em votação realizada no Paquistão, alegando que apenas um pequeno grupo de apoiadores do novo líder teria participado, e exigiu uma nova eleição, que inclua todos os comandantes talibãs.

A mensagem divulgada neste sábado aparenta ter como objetivo acalmar os dissidentes e aplacar a divisão entre os membros mais radicais e aqueles que defendem as conversações para o fim da guerra. Na gravação, Mansour pede paciência e confiança nas decisões da liderança talibã.

"Devemos prosseguir com a guerra santa sem suspeitar uns dos outros", diz a gravação. "Tudo o que vier a ocorrer deverá ser conforme à lei da shária, seja a guerra santa, seja as conversações."

RC/dpa/ap