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Nova fase da Lava Jato mira em operadores financeiros

10 de novembro de 2016

Operação Dragão tem como alvo dupla responsável por lavar mais de 50 milhões de reais de empreiteiras, apontam investigações do MPF. Operadores teriam usado contas no exterior e empresas de fachada.

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PF
Foto: picture-alliance/dpa/M. Brandt

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (10/11) a 36ª fase da Lava Jato, batizada de operação Dragão, na qual são cumpridos 18 mandados judiciais em São Paulo, Paraná e Ceará. Entre os mandados, dois são de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), nessa fase os alvos são  empresas ligadas a Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran, apontados como operadores financeiros especializados na lavagem de capitais de grandes empreiteiras investigadas na Lava Jato. Juntos eles são responsáveis por lavar mais de 50 milhões de reais, afirma o MPF.

As investigações revelaram diversas evidências de que os operadores utilizaram contas bancárias no exterior, empresas de fachada e contratos falsos para realizar as operações financeiras.

Duran foi responsável por lavar dezenas de milhões de reais por intermédio de pessoas jurídicas por ele controladas. De acordo com nota do MPF, diversas empreiteiras envolvidas na força-tarefa utilizaram-se dessas empresas para viabilizar o pagamento de propinas, como a UTC Engenharia e a Mendes Júnior Trading Engenharia, que juntas repassaram mais de 34 milhões de reais ao operador financeiro entre 2011 e 2013.

"No mesmo período, outras empresas contratadas pela administração pública também realizaram depósitos de mais de 18 milhões de reais com o mesmo destino", diz nota do MPF.

Segundo as investigações, Assad repassou mais de 24 milhões de reais para Duran por meio de transferências de contas mantidas por suas empresas no Brasil. Empresas ligadas a outro operador, Ivan Orefice Carratu, conectado a Duran, receberam de Assad quase três milhões de reais.

A operação conta com 90 agentes federais que buscam apreender documentos e outras provas relacionadas à atuação criminosa dos dois operadores financeiros.

O nome da operação faz alusão aos registros na contabilidade de um dos investigados, que chamava de "operação dragão” os negócios fechados com parte do grupo criminoso para viabilizar recursos ilegais no Brasil.

TMS/abr/mpf