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Esporte

No sufoco, Brasil passa pela Costa Rica

22 de junho de 2018

Novamente diante de uma retranca, Seleção mostra dificuldades para furar bloqueio e só consegue sua primeira vitória no Mundial nos acréscimos. Em vários momentos, time se mostrou sem alternativas de jogo.

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Símbolo da partida: ao fim do jogo, Neymar se ajoelhou e caiu no choro
Símbolo da partida: ao fim do jogo, Neymar se ajoelhou e caiu no choroFoto: Reuters/M. Rossi

Com um primeiro tempo sonolento e um segundo tempo nervoso e com pouca estruturação, o Brasil arrancou uma vitória por 2 a 0 contra a Costa Rica, nesta sexta-feira (22/06), em São Petersburgo. Os gols foram marcados por Philippe Coutinho, aos 46, e Neymar, aos 51 minutos do segundo tempo. Com a vitória, a seleção brasileira soma quatro pontos no Grupo E, encerrando uma sequência de três jogos sem vitórias em Mundiais.

Ao contrário da estreia contra a Suíça, o primeiro tempo da Seleção foi apático e até certo ponto preocupante, por não encontrar meios de furar a disciplinada defesa costarriquenha. O Brasil foi novamente inoperante contra uma retranca, além de ter demonstrado uma cautela excessiva, certamente justificada pelo preocupante cenário em caso de derrota. Com mais posse de bola, a Seleção até dominou o meio-campo, mas não encontrou espaços para executar passes mais incisivos.

Na bacia das almas: Coutinho comemora gol que encaminhou a vitória
Na bacia das almas: Coutinho comemora gol que encaminhou a vitóriaFoto: Reuters/M. Rossi

Inicialmente, a Seleção tentou chegar pela direita com Willian e Fagner, que entrou no lugar do lesionado Danilo e foi a única mudança de Tite em relação à estreia, mas sem sucesso. O Brasil encontrou mais espaços pelo lado esquerdo, com Marcelo e Philippe Coutinho. Embora tenha sido novamente caçado em campo, Neymar voltou a exagerar na individualidade e dá a impressão de falta de ritmo de jogo. E também no segundo jogo, o craque da companhia ficou bem abaixo do que era esperado.

A vitória brasileira veio na base da insistência, mas mostrou pouca criatividade ou meios para furar o ferrolho costarriquenho. Peça-chave no esquema de Tite, Paulinho teve pouca participação na criação e deixou de ser um elemento surpresa nas investidas ofensivas. Substituído no segundo tempo, pode perder a vaga contra a Sérvia. Gabriel Jesus, além disso, ainda não mostrou a que veio.  

O jogo

Embora precisasse da vitória, a Costa Rica se posicionou extremamente retraída, com uma linha de cinco defensores e quatro no meio-campo. A seleção brasileira teve dificuldades em penetrar a defesa costarriquenha, mas manteve a calma na troca de passes. Mas a melhor oportunidade foi dos Ticos, com uma finalização de Celso Borges rente ao poste de Alisson, após bela triangulação nas costas de Marcelo.

A seleção centro-americana, por sinal, começou melhor e, por mais que tivesse menos posse de bola, chegou com mais qualidade à área adversária. Os lances mais agudos do Brasil se resumiram a bolas paradas e cruzamentos altos. Aos 25 minutos, Gabriel Jesus até chegou a balançar as redes, mas o impedimento foi corretamente assinalado pela arbitragem.

Neymar para em Navas: até os acréscimos, foi essa a rotina
Neymar para em Navas: até os acréscimos, foi essa a rotinaFoto: Reuters/L. Smith

A partir do gol anulado, a seleção brasileira se soltou mais e começou a pressionar mais a Costa Rica. Neymar, Coutinho e Marcelo tentaram finalizações de média distância, mas sem direção. No entanto, nos últimos 15 minutos do primeiro tempo a Seleção voltou a tirar o pé do acelerador e não chegou nenhuma vez na área adversária.

No intervalo, Tite sacou Willian e promoveu a entrada de Douglas Costa. A alteração trouxe pouco impacto no jogo – a armação das jogadas seguia nos pés de Casemiro, Paulinho ou Coutinho. Mas ao menos a Seleção entendeu que a melhor maneira de penetração são triangulações ao redor da área. Aos 4 minutos, Gabriel Jesus acertou uma cabeçada no travessão e, na sequência, um defensor tirou praticamente em cima da linha a finalização de Coutinho. Aos 11 minutos, Navas espalmou chute de Neymar.

Aos 22 minutos, Tite tirou Paulinho e colocou Roberto Firmino. Mas o Brasil seguiu produzindo pouco. Aos 27 minutos, Neymar teve grande chance, mas caprichou demais na finalização. Aos 35 minutos, o árbitro marcou pênalti para o Brasil, mas voltou atrás após rever a jogada num monitor. Este foi o primeiro pênalti a ser anulado pelo VAR. Na repetição, fica claro que Neymar é encostado, mas não o suficiente para cair. Dalí em diante, o jogo virou uma batalha.

Quando tudo caminhava para o primeiro empate sem gols da Copa do Mundo de 2018, Coutinho surgiu como salvador da pátria e fuzilou Navas, após belo pivô de Gabriel Jesus, aos 46 minutos. Ainda deu tempo de Neymar completar, aos 51 minutos, a assistência de Douglas Costa. Após o apito final, Neymar caiu no choro.   

Com o resultado, a Costa Rica está eliminada da Copa de 2018 e não terá como repetir a façanha de 2014, quando chegou às quartas de final. O Brasil encerra sua participação na fase de grupos contra a Sérvia, em 27 de junho, em Moscou.

Aos 51 do segundo tempo: Neymar comemora com Douglas Costa
Aos 51 do segundo tempo: Neymar comemora com Douglas CostaFoto: Getty Images

Ficha técnica

Brasil 2 x 0 Costa Rica

Local: Estádio Krestovsky, em São Petersburgo

Arbitragem: Bjorn Kuipers (Holanda), auxiliado por seus compatriotas Sander van Roekel e Erwin Zeinstra.

Gols: Philippe Coutinho (46'/2T), Neymar (51'/2T)

Cartões amarelos: Neymar (36'/2T), Philippe Coutinho (36'/2T), Johnny Acosta (39'/2T)

Brasil: Alisson; Fagner, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro, Paulinho (Roberto Firmino 22'/2T) e Philippe Coutinho; Willian (Douglas Costa intervalo), Neymar e Gabriel Jesus (Fernandinho 47'/2T). Técnico: Tite.

Costa Rica: Keylor Navas; Johnny Acosta, Giancarlo González, Óscar Duarte, Cristian Gamboa (Francisco Calvo 29'/2T) e Bryan Ovieda; Celso Borges, David Guzmán (Yeltsin Tejeda 37'/2T), Bryan Ruiz e Johan Venegas; Marcos Ureña (Christian Bolaños 9'/2T). Técnico: Óscar Ramírez.

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