Netanyahu ameaça fechar redação da Al Jazeera em Jerusalém
27 de julho de 2017O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira (27/07) que deseja fechar a redação de Jerusalém da emissora de televisão Al Jazeera, baseada no Catar, acusando o canal de incitar a onda de violência que atinge a cidade.
"A emissora Al Jazeera continua a incitar à violência de propósito no Monte do Templo. Várias vezes que pedi às agências encarregadas da aplicação da lei que fechassem a redação da emissora em Jerusalém. Se isto não for possível, por razões de interpretação da lei, vou procurar aprovar a lei necessária para expulsar a Al Jazeera de Israel", anunciou Netanyahu nas redes sociais.
Há anos Israel acusa a emissora de parcialidade na sua cobertura do conflito entre israelenses e palestinos.
Atualmente, Jerusalém enfrenta um dos períodos mais tensos dos últimos anos, depois do início de uma onda de protestos contra as medidas especiais de segurança implementadas pelas autoridades israelenses, na sequência de um ataque, no acesso à Esplanada de Mesquitas, sagrada para muçulmanos e judeus, mas reservada para a reza dos muçulmanos nas sextas-feiras.
O atual confronto tem sido noticiado amplamente pela imprensa, inclusive pela Al Jazeera. Nesta quinta-feira, mais de cem pessoas ficaram feridas em confrontos entre palestinos e a polícia israelense no Monte do Templo, ao qual milhares de muçulmanos se dirigiram para rezar após o fim de medidas especiais de segurança.
Emissora reage a anúncio
Após o anúncio de Netanyahu, a Al Jazeera afirmou que tomará todas as medidas legais para evitar o fechamento da redação do canal em Jerusalém. Em comunicado, a emissora disse que seguirá noticiando o que ocorre nos territórios palestinos ocupados por Israel de forma "profissional e objetiva".
A emissora rejeitou ainda as acusações de que estaria incitando a violência na região e classificou a declaração feita por Netanyahu de "arbitrária e hostil".
Além de Israel, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Egito, que cortaram no início de junho as relações com o Catar, impondo-lhe uma série de sanções, também exigem o fechamento da emissora, acusando-a de "propagar um discurso de extremismo e ódio".
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