Neandertal de casa nova
24 de novembro de 2003O Homem de Neandertal retornou ao Museu Estadual Renano de Bonn (Rheinisches Landesmuseum Bonn). Mas o ambiente que ele encontrou é bem diferente, pois o museu foi reaberto com outra cara. Após seis anos de reforma, o edifício reapresenta ao público as duas mil peças de seu acervo numa área de 5500 metros quadrados reprojetada por um grupo de arquitetos de Stuttgart.
16 ossos de um não-ancestral
A principal atração do museu é a ossada do Homem de Neandertal, encontrada no Vale de Neander, nas imediações de Düsseldorf, em 1856. O achado, feito durante a exploração de calcário numa gruta do vale, foi inicialmente identificado pelo professor ginasial Johann Carl Fuhlrott como restos de esqueleto de um homem da era glacial.
Os 16 ossos do Homem de Neandertal foram integrados ao acervo do Museu Estadual Renano em 1877, além de achados posteriores. Numa tenda com a reconstrução hipotética do cotidiano do casal de Neandertal, o visitante é levado a imaginar como eram as condições de vida há 40 mil anos.
No entanto, as recentes análises de DNA apresentadas pelo museu informam que o Homem de Neandertal provavelmente não é um ancestral do ser humano, ao contrário do que muitos pensam.
O exílio de Neandertal
Além do ser pré-histórico, o museu apresenta a transformação milenar da Renânia, da paisagem original ao processo de povoamento e ocupação urbana, enfatizando uma visualização do cotidiano. Entre outras peças antigas, o acervo compreende altares e mosaicos, além de tumbas celtas reconstruídas.
No entanto, o Homem de Neandertal, de volta a seu lugar no museu de Bonn, pode ser considerado um exilado. Afinal, mais sentido faria que sua morada fosse o Museu do Neandertal, construído exatamente no local onde os ossos foram encontrados, no município de Mettmann.