Nasa dá como "perdido" robô que investigou Marte por 15 anos
13 de fevereiro de 2019A Nasa anunciou nesta quarta-feira (13/02) o encerramento oficial da missão do robô Opportunity, que investigou a superfície de Marte durante 15 anos e que, entre suas descobertas mais importantes, encontrou os primeiros indícios de água no planeta.
Segundo os cientistas da agência espacial, o aparelho não sobreviveu a uma enorme tempestade de poeira ocorrida em junho do ano passado, quando a comunicação com ele foi perdida. Desde então, os engenheiros da Nasa tentavam obter uma resposta do Opportunity nos canais de rádio. Na terça-feira, a Nasa fez uma última tentativa, sem sucesso.
"Portanto, estou de pé aqui com um profundo sentimento de gratidão por declarar que a missão do Opportunity está completa", disse Thomas Zurbuchen, administrador associado de ciência da Nasa, durante uma conferência pública.
Assim termina uma missão cuja longa duração foi completamente inesperada, pois o robô foi projetado inicialmente para resistir na superfície de Marte durante três meses, como lembrou o administrador da Nasa, Jim Bridenstine.
"O objetivo era se movimentar ao longo de vários quilômetros pela superfície de Marte e sobreviver por 90 dias. Em vez disso, aqui estamos depois de mais de 14 anos", ressaltou Bridenstine, que está no cargo desde abril de 2018, após ser nomeado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"Foram duas décadas de trabalho impressionante", avaliou Bridenstine, que também brincou com o fato de ter que fazer tal anúncio depois de assumir o cargo "há apenas um ano" e que, "como político, em breve encontrará um jeito de culpar alguém".
O chefe do programa, John Callas disse que os engenheiros sabiam que um dia a missão chegaria ao fim. "Mas não imaginávamos que demoraria tanto", afirmou. "Embora seja uma máquina, é difícil dizer adeus, é doloroso".
O Opportunity desembarcou em 2004 em Marte e viajou 45 quilômetros no planeta vermelho, garantindo um lugar na história como uma missão mítica. O robô deu aos cientistas uma visão de Marte nunca antes observada: rochas dispostas em camadas que resistiram à erosão da água que supostamente fluiu em Marte há milhões de anos; um requisito prévio para as condições que permitem a possibilidade de vida.
Pelo fato de este aparelho e seu gêmeo Spirit, que se desligou em 2010, continuarem ativos por muito mais tempo do que o esperado, a Nasa teve uma presença robótica contínua em Marte durante mais de 15 anos.
JPS/efe/afp
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