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México e Canadá concordam em seguir integração comercial

23 de janeiro de 2017

Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e premiê canadense, Justin Trudeau, sinalizam frente unida para pressionar Donald Trump sobre a importância do Nafta. Líder americano quer renegociar o acordo de livre comércio.

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O presidente do México, Enrique Peña Nieto, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau
O presidente do México, Enrique Peña Nieto (esq.), e o premiê do Canadá, Justin Trudeau, em reunião em junho de 2016Foto: picture alliance/AP Images/S. Kilpatrick

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, teve uma conversa telefônica com o premiê canadense, Justin Trudeau, na qual ambos concordaram em continuar a impulsionar a integração econômica da América do Norte e montar uma frente unida depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado que irá renegociar um acordo comercial regional.

"O presidente Peña Nieto ressalvou a importância da relação com o Canadá para o México e a consolidação da América do Norte como zona de livre comércio e de livre fluxo de investimento", comunicou o gabinete presidencial mexicano. 

Nesse sentido, acrescentou o comunicado, o presidente mexicano "conversou com o primeiro-ministro Trudeau sobre a importância da relação com os Estados Unidos para ambos os países, e concordaram em unir esforços para continuar a impulsionar a integração econômica da América do Norte".

"México e Canadá são importantes parceiros comerciais. Em 2015 o comércio bilateral entre ambos os países superou os 20 bilhões de dólares. No mesmo ano, 1,75 milhão de canadenses visitaram o México e cerca de 200 mil mexicanos visitaram o Canadá", completou. 

No domingo, Trump comunicou planos para se encontrar com Peña Nieto e Trudeau "muito em breve" para discutir o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês). Trump disse que busca um "acordo justo" para os EUA e ameaçou retirar o país do tratado caso um novo acordo não seja alcançado.

Segundo as estipulações do tratado comercial, é relativamente simples um dos membros deixar a aliança. Um dos países apenas tem de notificar os demais signatários, abrindo assim uma janela de 180 dias para um novo acordo ser assinado.

Autoridades canadenses têm alertado seus homólogos americanos que, com as economias dos dois países tão intimamente conectadas, ajustes protecionistas ao Nafta iriam prejudicar americanos assim como canadenses. 

O embaixador do Canadá em Washington, David MacNaughton, apontou no domingo que seu país provavelmente não estará no centro das atenções durante as conversações. "Não acho que o Canadá é o foco", disse. "Mas nós somos parte do Nafta, e há discussões que precisam ser realizadas e iremos tê-las ao longo das próximas semanas."

Economia mexicana estremece com comentários de Trump

A situação pode ser mais preocupante para o México. As ameaças de Trump em sancionar empresas que transferem parte do processo de fabricação para o país vizinho resultaram em reações negativas na economia mexicana.

O anúncio da renegociação do Nafta foi feito às vésperas de reuniões de alto escalão entre autoridades do México e dos EUA sobre imigração, comércio e segurança, marcadas para quarta e quinta-feira.

Trump se reunirá com Peña Nieto separadamente em 31 de janeiro. Apesar de suas repetidas ameaças de construir um muro na fronteira entre os dois países, Trump elogiou seu homólogo mexicano no domingo. "O presidente tem sido realmente incrível e acho que teremos um resultado [nas negociações do Nafta] muito bom para o México, para os EUA e para todos os envolvidos. É muito importante."

A renegociação do Nafta, assinado pelos três países há mais de duas décadas, foi uma das promessas de Trump durante a campanha eleitoral. 

PV/lusa/ap/afp/rtr