Munique entra na lista de cidades de alto risco de covid-19
12 de outubro de 2020A cidade de Munique, capital do estado da Baviera, entrou nesta segunda-feira (12/10) na lista de áreas de alto risco de contaminação pelo coronavírus na Alemanha, ao lado de outras grandes cidades do país, como Berlim, Frankfurt e Colônia.
Segundo a classificação do Instituto Robert Koch (RKI), são consideradas zonas de risco os locais onde foram registradas 50 infecções por 100.000 habitantes nos últimos sete dias. A partir desse número são adotadas medidas especiais para tentar conter a doença.
Dados do RKI mostram que Munique registrou 50,6 casos confirmados de covid-19 por grupo de 100.000 habitantes ao longo da última semana.
É a segunda vez em menos de um mês que a cidade ultrapassa o limite de advertência de 50 infecções por 100 mil pessoas estabelecido pelas autoridades alemãs. Na primeira vez, no fim de setembro, a alta foi atribuída ao retorno de viajantes infectados após as férias de verão. Nesse meio tempo, o número de casos caiu significativamente na cidade, e depois voltou a subir.
Medidas mais rígidas de contenção do vírus, no entanto, permanecem em vigor desde a primeira alta em setembro. Reuniões em espaços públicos e privados, incluindo restaurantes, estão limitadas a dez pessoas, enquanto eventos como casamentos e aniversários não podem ter mais de 25 participantes. O consumo de álcool também foi restringido na cidade.
Desde o início da crise, Munique registrou 12.592 casos confirmados de covid-19 e 229 mortes ligadas à doença, segundo dados do RKI.
Outras cidades alemãs classificadas como áreas de alto risco são Berlim, Frankfurt, Colônia, Bremen, Essen, Stuttgart, Memmingen e Rosenheim. Assim como Munique, Duisburg também entrou na lista nesta segunda-feira, ao atingir a marca de 50,1 infecções por 100.000 habitantes.
Como resultado, várias cidades têm apertado medidas para frear os números. Berlim, por exemplo, restringiu sua famosa vida noturna ao banir a venda de álcool entre 23h e 6h e limitar encontros em locais abertos a no máximo cinco pessoas nessa mesma faixa de horário.
Em Essen, que entrou para a lista no domingo ao registrar 57,3 infecções por 100.000 habitantes, o número de pessoas permitidas em reuniões e celebrações privadas foi reduzido de 50 para 25. Diferentemente de Berlim e Colônia, porém, a cidade no estado da Renânia do Norte-Vestfália não introduziu toque de recolher à noite.
Segunda onda na Alemanha
O número de novas infecções pelo coronavírus tem crescido na Alemanha recentemente. Foram 2.467 casos confirmados nesta segunda-feira, após uma alta de 4.721 infectados no sábado, o maior número desde o início de abril.
Na sexta-feira, já haviam sido registradas mais de 4.500 novas infecções, depois de quinta-feira ter ultrapassado o patamar dos 4.000 novos contágios.
Dada a aceleração nos últimos dias, teme-se que sejam atingidas em breve 6.000 infecções diárias, valor que foi registado no pico da primeira onda da pandemia, no final de março.
A chanceler federal Angela Merkel alertou na sexta-feira, após se reunir com prefeitos dos 11 principais centros urbanos do país, que a situação nas cidades é especialmente preocupante.
No domingo, o chefe de gabinete da chefe de governo alemã, Helge Braun, disse que o país poderá ter que limitar o número de pessoas em encontros sociais e restringir viagens desnecessárias para conter a propagação da segunda onda de coronavírus no país.
"Devemos ser um pouco mais rígidos em lugares onde as cadeias de infecção mais se espalham, que são festas e, infelizmente, também viagens", disse Braun à emissora pública ARD.
"Estamos no início de uma segunda onda, e só a determinação dos políticos e da população vai decidir se podemos ou não evitá-la ou retardá-la", acrescentou.
Ao todo, o coronavírus Sars-Cov-2 já infectou 325.331 pessoas na Alemanha e matou 9.621 pacientes, de acordo com dados do Instituto Robert Koch.
EK/afp/ap/dpa/efe/ots