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Começa Cannes 2011

11 de maio de 2011

Começa hoje a 64ª edição da mostra, considerada por muitos a mais importante do cenário mundial. São esperados filmes polêmicos e todo o glamour do mundo do cinema.

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Carla Bruni em "Meia-noite em Paris", exibido na aberturaFoto: Cannes Filmfestival 2011

Começa nesta quarta-feira (11/05) uma das mais prestigiosas e charmosas competições do cinema mundial: o Festival de Cannes. O evento, que acontece anualmente na belíssima região no sul da França, chega à 64ª edição com uma imbatível mistura de história e tradição, profissionalismo e negócios.

Nem os concorrentes europeus Berlim e Veneza, nem os grandes e pomposos festivais norte-americanos, nem a cara mostra recentemente promovida em Dubai com o dinheiro do petróleo chegam aos pés do glamour de Cannes – onde o charme da velha Europa se mistura com o show business global do cinema.

Isso poderá ser visto logo na abertura do festival, com a apresentação do filme Meia-noite em Paris, dirigido pelo premiadíssimo Woody Allen. Uma das estrelas do longa metragem é a primeira-dama francesa, Carla Bruni – que, para frustração de muitos, já disse que não participará do evento.

Cannes Filmfestival 2011
Logo da 64ª ediçãoFoto: Cannes Filmfestival 2011

A programação desta 64ª edição de Cannes traz uma larga lista de diretores de renome no cenário mundial. Da Europa vêm as novas películas dos diretores Lars Von Trier (Melancholia, Dinamarca), Pedro Almodóvar (La piel que habito, Espanha), Aki Kaurismäki (Le Havre, Finlândia), Nanni Moretti (Habemos Papam, Itália), Nuri Bilge Ceylan (Bir zamanlar anadolu'da, Turquia) e dos vencedores da Palma de Ouro Jean-Pierre e Luc Dardenne (Le gamin au vélo, Bélgica).

Hollywood enviará o legendário diretor Terrence Malick (The tree of life). O continente asiático estará representado pelo conhecido criador japonês Takashi Miike (Ichimei), entre outros. Uma das surpresas é o jovem austríaco Markus Schleinzer (Michael).

Como é tradicional, a França será representada por vários filmes. Já a Alemanha foi novamente negligenciada. Apenas Andreas Dresen vai apresentar seu novo filme Halt auf freier Strecke – um drama sobre câncer e como lidar com a morte – na seção Un Certain Regard.

A guerra pelo poder em Paris

Cannes Filmfestival 2011
Cena de "Melancholia", do dinamarquês Lars von TrierFoto: Cannes Filmfestival 2011

Também aguardada com expectativa é a película francesa La conquête, que será apresentada fora de competição e que deve despertar a atenção principalmente dos anfitriões do festival. O diretor Xavier Durringer repassa no filme os cinco anos do presidente Nicolas Sarkozy anteriores ao seu mandato.

O roteiro enfoca a relação de Sarkozy com sua ex-mulher Cecília e a luta pelo poder no Palácio do Eliseu. É provável que Sarkozy esteja mais ansioso em relação a esse filme do que em relação à película de Bruni.

Outra polêmica de cunho político deverá ficar por conta do iraniano In Film Nist, cujo diretor Jafar Panahi foi condenado a um ano de reclusão e no momento cumpre prisão domiciliar. Panahi mandou ao festival uma obra pessoal, que conta a história de sua longa espera por uma resposta da Justiça à sua contestação à prisão. Co-dirigido por Mojtaba Mirtahmasb, o filme será no dia 20.

Revolta árabe na telona

Cannes Filmfestival 2011
Cena de "Halt auf freier Strecke", deAndreas DresenFoto: Cannes Filmfestival 2011

Cannes também verá o novo filme de um segundo diretor iraniano condenado pela justiça do país: Mohammed Rasulof. Bé Omid é Didar traz a história de um jovem advogado em Teerã que tenta conseguir um visto para deixar o país.

Dois outros filmes também devem levantar discussões políticas, por tratarem das transições que vêm acontecendo na Tunísia (La Khaoufa Baada Al'Yaoum) e no Egito (Tamantashar Yom).

Mas a corrida pela Palma de Ouro será, é claro, o ponto alto do festival. O júri deste ano será presidido pelo astro norte-americano Robert de Niro, que, ao lado dos também atores Uma Thurman e Jude Law, garantirá o brilho de Hollywood para a avenida Croisette.

Autor: Jochen Kürten (ms)
Revisão: Alexandre Schossler