Mulheres não podem mais ir à universidade no Afeganistão
Desde que tomou o poder em meados de 2021, o Talibã tem continuamente restringido os direitos da população feminina do país. A mais recente medida do regime de Cabul impede que elas frequentem faculdades.
Adeus para sempre?
Uma mulher usando burca deixa uma universidade na província de Kandahar. Ela não tem permissão para voltar a estudar. Em uma declaração governamental, o Talibã instruiu todas as universidades públicas e privadas do Afeganistão a proibir a presença de mulheres. Todas as estudantes do sexo feminino estão excluídas das universidades.
Mulheres excluídas
No dia seguinte à proibição de mulheres frequentarem a universidade, o Talibã controla a entrada de uma instituição de ensino superior em Cabul: as estudantes do sexo feminino têm que ficar do lado de fora. A proibição é por um período indefinido. Mas os protestos já estão agitando as universidades: os colegas estudantes do sexo masculino interromperam um exame, professores paralisaram as aulas.
Ensino superior só para homens
Restrições já existiam antes: depois que o Talibã tomou o poder em agosto de 2021, as universidades tiveram que separar as entradas e as salas de aula por gênero. As mulheres só podiam ter aulas com professoras mulheres ou homens idosos. Na foto, uma área para estudantes do sexo feminino na Universidade de Kandahar separada por uma cortina.
Últimas formandas
Estas formandas da Universidade Benawa de Kandahar ainda conseguiram se formar em ciências da computação em março. Em nível internacional, a nova restrição dos direitos da mulher tem sido fortemente criticada: a organização de direitos humanos Human Rights Watch chamou a proibição universitária de "decisão vergonhosa", a ONU a descreveu como uma violação dos direitos humanos.
"Impacto devastador sobre o futuro do país"
Ainda em outubro, milhares de meninas e mulheres haviam feito testes de admissão na faculdade, como estas em frente à Universidade de Cabul. Muitas querem ser professoras ou médicas. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a proibição de cursar a universidade "não só viola a igualdade de direitos das mulheres, mas terá consequências devastadoras".
Sem chances de formação
A proibição de frequentar a universidade é mais uma restrição às oportunidades educacionais para mulheres e meninas afegãs. Desde algum tempo, as adolescentes na maior parte do país não podem frequentar escolas a partir da sétima série. Estas meninas, que estão a caminho da escola no leste do Afeganistão, têm sorte: algumas províncias longe dos centros de poder do Talibã ignoram a proibição.
País das mulheres invisíveis
Meninas e mulheres afegãs são em grande parte excluídas da vida pública. Há meses, elas não podem visitar academias de ginástica e parques em Cabul. Este parque de diversões na capital também é proibido para elas. O Talibã alegou que os regulamentos sobre a separação dos sexos não estavam sendo observados e que as mulheres não estavam usando o lenço na cabeça conforme prescrito.
Distopia vira realidade
As mulheres coletam flores de açafrão na província de Herat. Este trabalho elas têm permissão de fazer, ao contrário da maioria das outras profissões. Desde que chegou ao poder, o Talibã promulgou inúmeras regulamentações que restringem maciçamente a vida de mulheres e meninas: por exemplo, elas estão proibidas de viajar sem acompanhante masculino e fora de casa devem usar hijab ou burca.
"Vergonha para o mundo"
Muitas mulheres afegãs não querem aceitar a revogação de seus direitos. Na foto, uma manifestação em Cabul em novembro. "A terrível situação das mulheres afegãs é uma vergonha para o mundo", lê-se num cartaz. O protesto público requer muita coragem: manifestantes correm o risco de serem espancadas e presas. As militantes dos direitos das mulheres são perseguidas no Afeganistão.