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Morre ex-chanceler alemão Helmut Schmidt

10 de novembro de 2015

Schmidt governou a Alemanha de 1974 a 1982, e seu governo foi marcado pela crise do petróleo e pelo combate ao terrorismo da RAF. Ele tinha 96 anos.

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Foto: picture-alliance/dpa/C. Charisius

O ex-chanceler federal da Alemanha Helmut Schmidt faleceu nesta terça-feira (10/11), aos 96 anos, na sua residência, em Hamburgo. A morte foi confirmada pelo seu médico. O estado de saúde do ex-chanceler havia se deteriorado muito ao longo do fim de semana passado.

No início de setembro, o ex-chanceler federal havia sido submetido a uma operação devido a um coágulo sanguíneo na perna. Depois de duas semanas, ele deixou o hospital, mas contraiu uma infecção, que o deixou com febre alta nos últimos dias.

Schmidt foi chanceler federal de 1974 a 1982, dando continuidade ao governo da coalizão entre Partido Social-Democrata (SPD) e Partido Liberal Democrático (FDP), iniciado em 1967 com o chanceler federal Willy Brandt.

Brandt deixara o governo em 1974, em meio a um escândalo de espionagem por parte da Alemanha Oriental. Günter Guillaume, um assessor próximo de Brandt, era na verdade um espião comunista.

No governo Brandt, Schmidt havia sido líder da bancada social-democrata no Bundestag (câmara baixa do Parlamento) e ministro da Defesa e, a partir de 1972, das Finanças. Quando Brandt deixou o governo, Schmidt era seu sucessor natural.

Entre os principais desafios enfrentados por Schmidt durante seu governo estão a crise do petróleo e a consequente recessão internacional e o terrorismo da Fração do Exército Vermelho (RAF). O ponto máximo desse terrorismo foram os sequestros do empresário alemão Hanns-Martin Schleyer e de um avião da Lufthansa na capital somali, Mogadíscio, em outubro de 1977.

O objetivo de ambos os atos era pressionar pela libertação de terroristas da RAF de prisões alemãs, mas Schmidt se mostrou inflexível. Numa ação extremamente arriscada, ordenou que o avião da Lufthansa fosse libertado por uma unidade especial da polícia alemã.

Schleyer foi morto pelos sequestradores, depois de o governo alemão se negar a atender às exigências deles. Schmidt assumiu a responsabilidade política pela morte do empresário. Os sequestros e a crise que se seguiu entraram para a história como o Outono Alemão.

Em 1979, Schmidt apoiou a instalação de novas armas nucleares na Alemanha Ocidental pela Otan, entrando em conflito com o próprio partido e também com o FDP, parceiro de coalizão. Em 1982, os ministros do FDP deixaram o governo, o que levou ao fim da era Schmidt.

Com o apoio do FDP, a União Democrata Cristã (CDU), liderada por Helmut Kohl, retornou ao governo alemão ainda em 1982.

Schmidt, que nascera em 23 de dezembro de 1918 em Hamburgo, permaneceu até 1987 no Bundestag. Em 1983, ele se tornou um dos editores do jornal alemão Die Zeit e passou a publicar artigos e livros. Aos poucos, tornou-se uma das vozes mais ouvidas e respeitadas da sociedade alemã.

AS/dpa/epd/dw/afp