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Morre aos 81 anos colecionador do "Tesouro de Munique"

6 de maio de 2014

Filho de um comerciante de arte do regime nazista, Cornelius Gurlitt escondeu por décadas uma valiosa coleção, com obras desaparecidas desde a Segunda Guerra e em parte suspeitas de terem sido extorquidas de judeus.

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Foto: picture alliance / AP Images

O colecionador de arte Cornelius Gurlitt morreu na manhã desta terça-feira (06/05), aos 81 anos, em seu apartamento em Munique, segundo informação divulgada pelo seu porta-voz, Stephan Holzinger.

Filho de Hildebrand Gurlitt, comerciante de arte que tinha estreita relação com a liderança nazista, ele estava há meses seriamente doente, não conseguiu se recuperar de uma severa cirurgia cardíaca e passou seus últimos instantes acompanhado por seu médico e por um enfermeiro.

Gurlitt protagonizou um dos mais sensacionais achados do mundo das artes dos últimos anos. Em novembro de 2013 foi divulgado que em seu apartamento em Munique, sul da Alemanha, havia sido encontrada e apreendida em fevereiro de 2012 uma coleção de valor inestimável, com mais de 1.400 obras de arte, muitas das quais consideradas perdidas desde a Segunda Guerra Mundial. O acervo inclui trabalhos de mestres como Picasso, Chagall e Matisse.

Gurlitt caíra acidentalmente no foco da Justiça. A descoberta ocorreu durante uma busca policial em sua residência, ordenada por suspeitas de fraudes fiscais.

Somente no início de abril, a Promotoria Pública aceitou devolver as peças a Gurlitt em troca de um acordo contratual em que o colecionador permite que especialistas de arte analisem sua coleção para determinar quais obras de arte suspeitas foram realmente extorquidas pelos nazistas para, se possível, devolvê-las aos antigos donos.

Antes do escândalo, ele vivia retirado em seus apartamentos em Munique e Salzburgo, na Áustria. "Nunca amei nada mais em minha vida do que meus quadros", afirmou Gurlitt em sua única entrevista, concedida à revista Der Spiegel.

MD/afp/dpa